(Atualiza número de detidos).
Moscou, 5 dez (EFE).- Centenas de opositores russos foram detidos nesta segunda-feira em Moscou ao tentar invadir a sede da Comissão Eleitoral Central (CEC), após participar de um ato de protesto contra os resultados das eleições parlamentares de domingo.
De acordo com a agência oficial russa ‘Itar-Tass’, o número de detidos ultrapassa 300, enquanto outras fontes elevam sensivelmente esta estimativa.
‘Revolução’, ‘Liberdade’ e ‘Novas eleições’, gritavam os ativistas, enquanto corriam para evitar serem presos pela tropa de choque da Polícia, informam as agências de notícias russas.
A Polícia, equipada com escudos de metal, teve de interditar o acesso à praça Lubianka, em torno da qual se encontra o prédio da CEC e também da sede do Serviço Federal de Segurança (FSB, antiga KGB).
Outros manifestantes, em sua maioria jovens, bloquearam o trânsito durante vários minutos em uma das principais artérias da capital russa, o que motivou a intervenção das forças de segurança.
Segundo o jornal online ‘Gazeta.ru’, os manifestantes detidos foram levados pela Polícia em ônibus policiais e transferidos a uma delegacia.
Entre os presos está o político opositor Ilya Yashin – articulador da passeata rumo à CEC -, além do blogueiro Alexei Navalny e de vários jornalistas.
As detenções ocorreram após o ato de protesto organizado pelo movimento opositor Solidarnost (Solidariedade) no bulevar Chistye Prudy, em Moscou, que contou com a participação de milhares de pessoas. ‘Rússia sem Putin’, ‘Vergonha’ e ‘Putin, vá embora já’, gritavam os manifestantes.
Diversos líderes de grupos opositores não parlamentares – que não puderam participar das eleições legislativas por terem registro negado como partidos políticos – subiram ao palanque para acusar a legenda governista Rússia Unida de cometer fraude nas eleições.
Em São Petersburgo, mais de 100 pessoas foram detidas por participarem de um protesto não autorizado contra os resultados do pleito, vencido pelo Rússia Unida, embora com apertada maioria na Duma (câmara baixa do Parlamento russo).
Tanto a ONG de observação eleitoral Golos como a emissora de rádio ‘Eco de Moscou’, além de vários sites, denunciaram milhares de irregularidades cometidas durante as eleições.
A missão de observadores internacionais da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) e a Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa (PACE) também denunciaram numerosas irregularidades durante a apuração.
O partido Rússia Unida, que obteve menos de 50% dos votos no pleito, alcançou a maioria absoluta na Câmara Baixa, mas com 77 cadeiras e quase 15 milhões de apoios a menos que quatro anos atrás. EFE
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