Polícia francesa prende suspeito de ataques em Paris

A polícia francesa prendeu nesta quarta-feira um homem suspeito de ser o atirador que invadiu a sede do jornal Libération na segunda-feira, ferindo gravemente um fotógrafo, e efetuou uma série de disparos contra a sede de um banco e ameaças a funcionários de uma emissora de TV. O DNA do suspeito detido pela polícia corresponde ao do autor dos recentes tiroteios na França, anunciou a Procuradoria de Paris. O autor dos crimes foi identificado como Abdelhakim Dekhar, condenado a quatro anos de prisão em 1998 por cumplicidade em um caso de assassinato múltiplo, de acordo com fontes policiais.

As autoridades afirmam que o detido tem “uma forte semelhança física” com o indivíduo procurado, mas que ainda é cedo para determinar se é a mesma pessoa. A detenção ocorreu em um estacionamento subterrâneo de Bois-Colombes, na região metropolitana de Paris. Segundo o jornal Le Figaro, o suspeito estava em um carro desacordado, provavelmente por causa da ingestão de uma dose grande de medicamentos. Ele foi levado para um hospital, onde permanece sob custódia. Até o momento não foi possível interrogá-lo.

Ainda segundo o jornal, a polícia chegou até o suspeito depois da denúncia de uma pessoa que o reconheceu após ver as imagens divulgadas pelas autoridades.

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A motivação do criminoso ainda não foi determinada pela polícia. Em todos os casos, o atirador utilizou uma escopeta calibre 12. O primeiro ataque foi contra um canal de TV em Paris na sexta-feira. Ele entrou na recepção, fez sucessivos disparos e ameaçou um editor do canal. Ninguém ficou ferido. Na segunda-feira foi a vez de entrar o Libération. Desta vez, um fotógrafo acabou gravemente ferido. Duas horas depois, ele fez disparos contra a sede de um banco a doze quilômetros do jornal. Ele também foi acusado de tomar um taxista refém e depois liberá-lo próximo do Arco do Triunfo. Logo, ele começou a ser tratado pela polícia como o “homem mais procurado do país”.

Identidade – Abdelhakim Dekhar, um homem de origem argelina de 52 anos cumpriu quatro anos de prisão por envolvimento no chamado “caso Rey-Maupin”. O fato ocorreu em 1994, quando dois jovens anarquistas chamados Florence Rey e Audry Maupin, que tinham 19 e 22 anos, respectivamente, planejaram roubar as armas de uma dupla de policiais que fazia a vigilância de um pátio de veículos apreendidos. Durante a perseguição que ocorreu após a ação, a dupla matou a tiros três policiais e um taxista que havia sido tomado refém. Maupin foi morto e Rey, presa.

Durante a investigação do caso, a polícia chegou até Abdelhakim Dekhar, Ele acabaria sendo condenado por ter fornecido uma escopeta usada pelo casal durante o crime. Florence Rey, após cumprir uma pena de quinze anos, foi solta em 2009.

Á época, o caso provocou ultraje na França e alguns políticos chegaram a pedir a volta da pena de morte. Nos anos seguintes, o crime seria citado em dezenas de filmes, peças de teatro e livros produzidos no país.