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Peña Nieto é confirmado como novo presidente do México

Recontagem de 50% dos votos atrasou resultado oficial, que dá vitória ao PRI

Por Da Redação
6 jul 2012, 11h49

Enrique Peña Nieto, candidato do Partido Revolucionário Institucional (PRI), foi ratificado nesta sexta-feira como vencedor da eleição presidencial de domingo no México com 38,21% dos votos, na contagem oficial divulgada pela autoridade eleitoral mexicana. O resultado, que a esquerda do país pretende impugnar, foi divulgado com atraso devido à recontagem de 50% dos votos. O candidato da esquerda, Andrés Manuel López Obrador, obteve 31,59% dos votos, enquanto a candidata do Partido Ação Nacional (PAN, no poder), Josefina Vázquez Mota, levou 25,41%, de acordo com o resultado oficial divulgado no site do Instituto Federal Eleitoral (IFE).

A contagem dos votos nos 300 distritos do país de 112 milhões de habitantes começou na quarta-feira e terminou na manhã desta sexta-feira, com um atraso de um dia em relação ao esperado. Em quase 50% das pouco mais de 144.000 mesas de votação, foi realizada a recontagem de voto por voto depois de terem sido denunciadas “inconsistências” na contagem preliminar, uma medida que está prevista na reforma eleitoral de 2007. Com a vitória, Peña Nieto leva de volta ao poder no país, depois de um intervalo de 12 anos, o partido que governou com mão de ferro por 71 anos (1929-2000), com sérias acusações de corrupção e fraude. “É um partido acusado de ter vencido eleições nada limpas. Durante essas sete décadas, a lógica era que o candidato vencedor sempre seria o do PRI”, diz Oswaldo Dehon, professor de Relações Internacionais do Ibmec.

Descrito por analistas como uma mistura do ex-presidente brasileiro Fernando Collor de Mello com o ex-premiê italiano Silvio Berlusconi, o candidato com tipo de galã de novela mexicana sempre foi o preferido nas pesquisas de intenções de votos – principalmente entre as mulheres, que criaram o grito de guerra “Enrique, bombón, te quiero en mi colchón” (que dispensa tradução). Assim como Collor quando candidato nas eleições de 1989, Peña Nieto tem um rosto bonito, mas pouca consistência política, o que lhe rendeu a fama de “bonitinho, mas ordinário”, reforçada por algumas gafes, como quando ele não soube dizer o preço de uma tortilha, prato tipicamente mexicano. Com Berlusconi, ele compartilha o inegável fraco por mulheres e a despreocupação ao esbanjar dinheiro.

Popularidade – E assim como il cavaliere era afagado pela imprensa italiana em seus áureos tempos, el bombón é claramente o preferido da Televisa, a maior emissora em língua espanhola do mundo. Só que Berlusconi tem como desculpa o fato de ser o proprietário da empresa de TV Mediaset, enquanto Peña Nieto não tem nenhuma participação oficial na emissora mexicana – além da atuação de sua mulher, a atriz Angélica Rivera, nas novelas da rede. Ele é acusado de gastar milhões de dólares em um acordo com o canal para beneficiar sua imagem e difamar os rivais. Essa relação próxima entre o candidato e a TV levou dezenas de milhares de pessoas às ruas do México para protestar, mas a movimentação não foi capaz de frear – nem arranhar – a popularidade dele durante toda a campanha.

Além da boa aparência, a história amorosa de Peña Nieto também lembra roteiro de novela mexicana. Em janeiro, admitiu ter mantido várias amantes durante seu primeiro casamento, o que lhe rendeu dois filhos bastardos. Tornou-se o viúvo mais cobiçado do país com a morte por epilepsia da primeira mulher, em 2007, e no ano seguinte já começou a namorar a estrela Angélica Rivera, com quem se casou em 2010. No campo político, foi o quinto homem de sua família, todos priistas, a ocupar o cargo de governador do Estado do México, o mais populoso do país. Em entrevista a VEJA da semana passada, Peña Nieto nega qualquer contravenção de sua legenda no passado: “Os políticos opositores abusam ao dizer reiteradamente que nós nos mantivemos no poder pela fraude. Não é verdade e nem sequer há provas disso”.

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