Paquistão anuncia investigação sobre morte de bin Laden
Jornalista desaparecido é encontrado morto no país
O primeiro-ministro do Paquistão, Yusuf Raza Gilani, nomeou nesta terça-feira uma comissão para investigar a operação do comando de elite americano que matou Osama bin Laden na cidade de Abbottabad em 2 de maio. A comissão será formada por cinco membros e liderada por Javed Iqbal, um alto magistrado da Suprema Corte do Paquistão.
“O primeiro-ministro instaurou uma comissão para investigar a operação em Abbottabad”, afirmou um comunicado oficial emitido pelo gabinete de Gilani. Em 14 de maio, o Parlamento paquistanês havia pedido ao governo a nomeação da comissão, além da adoção de medidas necessárias evitar operações “unilaterais” das Forças Armadas americanas.
A relação entre os dois países, que já era frágil, começou a se deteriorar após a morte de bin Laden, que provocou desconfiança por parte de Washington quanto ao comprometimento paquistanês com a guerra contra o terror. O Paquistão, por sua vez, negou categoricamente que o líder da Al Qaeda contou com o apoio de forças de segurança e da administração do país, qualificando a operação americana como violação de sua soberania.
Morte – Também nesta terça-feira, o jornalista paquistanês Syed Saleem Shahzad foi encontrado morto e com sinais de tortura a poucos quilômetros da capital paquistanesa, Islamabad.
O jornalista, que trabalhava para a agência italiana AdnKronos International, estava desaparecido desde o último domingo. O presidente do Clube Nacional de Imprensa do Paquistão, Aftab Razá Khan, suspeita que a autoria do crime seja dos talibãs, grupo terrorista que foi tema de reportagens críticas de Shahzad. Segundo a imprensa paquistanesa, o jornalista havia escrito recentemente um artigo em que denunciava também os laços entre a Marinha do Paquistão e a Al Qaeda.
(Com agências Efe e France-Presse)