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Papa Francisco proclama João Paulo II e João XXIII santos

Cerimônia contou com a presença do papa emérito Bento XVI; foi a primeira vez na história que um papa em exercício e um papa emérito celebraram uma missa juntos em público

Por Da Redação
27 abr 2014, 08h26

O papa Francisco proclamou neste domingo a canonização de seus antecessores João Paulo II e João XXIII diante mais de 800 000 pessoas na Praça de São Pedro, no Vaticano, numa cerimônia sem precedentes que ganhou peso histórico ainda maior com a presença do papa emérito Bento XVI.

Foi a primeira vez na história que um papa em exercício e um papa emérito celebraram uma missa juntos em público. A presença de Bento XVI reforçou a mensagem de união da Igreja Católica que Francisco pretendeu transmitir com a canonização simultânea de João Paulo II e João XXIII.

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Recitando em latim, Francisco disse que, após deliberações, consultas e orações pela divina providência, “declaramos e definimos que os abençoados João XXIII e João Paulo II sejam santos e os incluímos entre os santos, decretando que eles devem ser venerados como tais por toda a Igreja”. A declaração foi recebida com aplausos da multidão que lotou a Praça de São Pedro.

O Ministério do Interior da Itália havia previsto que em torno de 1 milhão de pessoas assistiriam à missa de canonização na Praça de São Pedro, nas ruas dos arredores e em outras “piazzas” nas cercanias, onde foram instaladas telas gigantes de TV para a transmissão da cerimônia.

Reis, rainha, presidentes e primeiros-ministros de mais de 90 países assistiram à missa. Também participaram da cerimônia cerca de 20 líderes judaicos dos EUA, Israel, Itália, Argentina e Polônia, em sinal de reconhecimento dos avanços feitos nas relações entre católicos e judeus durante as administrações de João XXIII e João Paulo II e na dos sucessores que celebraram a canonização de ambos.

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A rede mundial de televisão católica EWTN exibiu ao vivo os atos para todo o mundo por meio de um portal especialmente criado para a celebração.

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João Paulo II – O primeiro milagre de João Paulo II, que o tornou beato em maio de 2011, refere-se à cura do Parkinson da freira francesa Marie Simon-Pierre. O segundo, o caso de Floribeth Díaz, foi reconhecido em junho do ano passado.

Primeiro pontífice não italiano desde a escolha do holandês Adriano VI, em 1522, Karol Wojtyla nasceu em 1920 em Wadowice, no sul da Polônia, em uma família humilde. Foi nomeado bispo titular de Ombi, na Polônia, auxiliar da arquidiocese da Cracóvia em 1958, arcebispo da mesma cidade em 1963 e cardeal em 1967. Após a morte repentina do papa João Paulo I, Wojtyla foi eleito sucessor e adotou o nome João Paulo II em homenagem ao antecessor, que ficou apenas um mês no comando da Igreja Católica. Aos 58 anos, tornou-se o pontífice mais jovem do século XX. Foi entronizado em 22 de outubro de 1978 e se transformou em uma das personalidades mais emblemáticas das últimas décadas, com influência tanto entre os fiéis católicos como na geopolítica mundial.

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João Paulo II foi um papa muito político. Para vários analistas, ele teve atuação decisiva nos processos de fim da União Soviética e queda da Cortina de Ferro. Um exemplo disso foi sua viagem à Polônia em junho de 1979, a viagem mais importante de todo o seu pontificado. A presença do pontífice propiciou que seu povo, pela primeira vez em quase quarenta anos, manifestasse abertamente seu descontentamento com o autoritarismo político, a estagnação econômica e a inércia social a que estavam submetidos. A histórica peregrinação teve o efeito de catalisar o processo de esfacelamento do regime comunista.

O fato de o papa ser protagonista no processo de desestabilização dos regimes do Leste Europeu fez com que surgissem teorias conspiracionistas a respeito do atentado na Praça São Pedro, em 1981. Muitos desconfiaram de que o turco Ali Agca disparou contra João Paulo II a mando dos soviéticos. Agca afirmou ter agido por decisão própria. Posteriormente, recebeu o perdão do papa.

Durante seu pontificado, João Paulo II realizou mais de 1.300 beatificações, entre elas a do papa Pio IX, e 482 canonizações, incluindo a de Juan Diego, primeiro indígena da América Latina a ser proclamado santo. Conhecido como o ‘pontífice peregrino’, João Paulo II viajou pelo mundo ao encontro de seu rebanho, visitando mais países do que qualquer antecessor, e atingiu em outubro de 1995 um curioso recorde: passou de um milhão de quilômetros percorridos.

O pontífice morreu em 2 de abril de 2005 no Palácio do Vaticano e foi enterrado em 8 de abril na cripta da Basílica de São Pedro, a poucos metros do túmulo do apóstolo. Seu corpo lá permaneceu até 1º de maio de 2011, data de sua beatificação, quando foi levado à capela de São Sebastião, no templo vaticano.

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João XXIII – Conhecido como o “papa bom”, João XXIII inaugurou em 1959 o Concílio Vaticano II, o grande marco da reforma litúrgica e da atualização doutrinal da Igreja. Dada a sua importância para a renovação da Igreja, Francisco dispensou a necessidade de um segundo milagre para torná-lo santo. Desta forma, ele será canonizado tendo comprovado apenas um milagre: a cura da irmã italiana Caterina Capitani, na década de 60. A religiosa sofria de uma úlcera gravíssima.

Filho de lavradores, Angelo Giuseppe Roncalli nasceu em 25 de novembro de 1881 em Sotto il Monte, na comuna de Bergamo, no Norte da Itália. Roncalli foi eleito papa em 28 de outubro de 1958 para o lugar de Pio XII. Sua contribuição fundamental para a Igreja Católica foi a convocação do concílio, três meses depois do início de seu pontificado. Ele convocou os bispos para promover a adaptação da Igreja aos novos tempos e decidir a forma de transmitir a mensagem de Deus com uma linguagem mais compreensível para todos. As decisões mudaram a forma com que os católicos se relacionavam com a Igreja, como a adaptação da liturgia, o que deu espaço para que as missas passagem a ser celebradas nas línguas vernáculas em vez do latim. A assembleia religiosa terminou em 8 de dezembro de 1965, já sob o papado de Paulo VI (1963-1978), com dezesseis documentos aprovados.

(Com Estadão Conteúdo)

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