Oposição veta participação de Assad em eventual governo de transição da Síria
Governo e oposição estão reunidos na sede da ONU em Genebra
Um representante da oposição síria afirmaram neste sábado que vetará a presença do atual presidente Bashar Assad e de seus colaboradores no governo transitório que pode ser criado ao final das negociações de paz para a Síria, que acontecem em Genebra. “Isso significa que nem Bashar al Assad nem ninguém de seu círculo próximo estará no órgão de governo”, disse o porta-voz da delegação opositora, Anas Abdeh.
As delegações do regime sírio e da oposição se reuniram neste sábado em um sala da sede da ONU em Genebra, na primeira tentativa de negociar cara a cara uma solução para o conflito na Síria. A primeira parte do encontro foi encerrada, e as negociações serão retomadas no período da tarde, às 13h (no horário de Brasília).
De acordo com o plano do emissário especial da ONU para a Síria, Lakhdar Brahimi, os dois grupos se reuniram no início da manhã para ouvir seu discurso de introdução. Segundo participantes do encontro, Brahim falou por cerca de trinta minutos. A reunião foi realizada a portas fechadas, longe das câmeras e da imprensa.
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A equipe de negociadores do regime é dirigida por Bashar Jaafari, embaixador da Síria na ONU, e não o ministro sírio das Relações Exteriores, Walid Muallem. Já Hadi al Bahra representa os negociadores da oposição. Na véspera, Brahimi conseguiu convencer as delegações do regime de Bashar Assad e da oposição a se sentarem à mesma mesa de negociações neste sábado.
Sexta-feira foi marcada por ameaças de que negociadores da Síria deixariam Genebra. A reunião prevista para a manhã de sexta – com a presença das duas delegações – foi cancelada de última hora. A justificativa foi a recusa da oposição de se sentar à mesma mesa que o ministro Muallem, enquanto o regime não aceitar o princípio de um governo de transição. A resposta do governo sírio não demorou a chegar. Muallem ameaçou fazer as malas e partir, acusando seus detratores de falta de seriedade.
As duas partes se acusam mutuamente de atravancar as negociações – patrocinadas pelos Estados Unidos, aliados da oposição, e pela Rússia, pilar do regime de Damasco – adiadas inúmeras vezes. A guerra na Síria dura quase três anos e já matou mais de 130.000 pessoas desde março de 2011.
(com agências EFE e France-Presse)