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ONU pede medidas contra a Líbia

Já os Estados Unidos informaram nesta sexta-feira que deverão impor sanções unilaterais e multilaterais à Líbia, em uma tentativa de punir o regime de Muamar Kadhafi pelos ataques a manifestantes

Por Da Redação
25 fev 2011, 21h31

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, pediu que o Conselho de Segurança aja rápido na proposição de um pacote de sanções contra a Líbia. “Já é hora de o Conselho considerar uma ação concreta. As próximas horas e os próximos dias serão decisivos para os líbios”, disse. Já os Estados Unidos informaram nesta sexta-feira que deverão impor sanções unilaterais e multilaterais à Líbia, em uma tentativa de punir o regime de Muamar Kadhafi pelos ataques a manifestantes.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas concluiu suas consultas sobre a Líbia nesta sexta-feira e retomará as discussões no sábado. As consultas buscam aprovar uma resolução advertindo o líder líbio, Muamar Kadafi, de que a repressão na Líbia poderá ser considerada crime contra a humanidade, segundo fontes diplomáticas. O projeto de resolução também pede um embargo de viagens e congelamento de bens contra Kadafi e seus principais aliados, e a proibição do envio de armas à Líbia. O texto diz ainda que a Corte Penal Internacional deveria investigar a violência no país.

Mais cedo, o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, afirmou que a Casa Branca decidiu “ir adiante” com as sanções unilaterais e multilaterais com seus parceiros contra o governo líbio. Carney também disse que Washington agia para cortar a ajuda militar à Líbia e colocou bancos para monitorar e notificar movimentações financeiras desse país no norte da África.

Pedido de negociação – Também nesta sexta, um filho de Kadafi tentou minimizar a extensão da rebelião que domina grande parte da Líbia, e disse que espera negociar até sábado tréguas em duas cidades conturbadas. Falando em inglês a jornalistas levados a Trípoli sob escolta oficial, Saif al Islam Gaddafi afirmou que os rebeldes que se renderem ficarão ilesos, e admitiu que a Líbia precisa de reformas.

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Seu relato sobre a situação, no entanto, parece ser desmentido pelo controle exercido nos últimos dias no leste do país por grupos que desejam o fim do regime de Kadafi. Segundo Saif, só há violência em duas cidades do oeste da Líbia, qualificando como “mentiras” os relatos da imprensa de que militares teriam bombardeado civis ou que o governo teria contratado mercenários.

“Estamos rindo desses relatos”, afirmou. “Exceto por Misurata e Zawiya, tudo está calmo. As negociações continuam, e estamos otimistas”, disse. “Estamos lidando com terroristas. Mas tomara que eles estejam ficando sem munição. Tomara que não haja mais derramamento de sangue. Até amanhã iremos resolver isso. O Exército decidiu não atacar os terroristas, e dar uma chance para as negociações. Tomara que façamos isso pacificamente.”

Renúncias – O embaixador da Líbia na ONU, Mohammed Shalgham, abandonou seu cargo, como fez na segunda-feira seu vice Ibrahim Debbashi, informou nesta sexta-feira um diplomata das Nações Unidas que não quis se identificar. Dabbashi havia pedido mais cedo que todos os diplomatas do país africano “representassem o povo líbio” e abandonassem o apoio ao ditador Muamar Kadafi em resposta à brutal retaliação do coronel aos protestos que pedem o fim de seu regime.

O embaixador da Líbia em Portugal, Ali Ibrahim Emdored, também apresentou sua renúncia nesta sexta e denunciou um regime “fascista, tirânico e injusto”, convocando-o a deixar o poder imediatamente, em um comunicado. Nesta manhã, os embaixadores da Líbia na França e na Unesco, com sede em Paris, ainda renunciaram para condenar “os atos de repressão na Líbia e sua adesão à revolução contra o coronel Muamar Kadafi.

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Violência – O país vive uma onda de violência devido aos protestos pelo fim do regime do ditador. O coronel, que está há 41 anos no poder, tem usado métodos brutais de repressão, como bombardeios e mercenários. O secretário da ONU afirmou que foram recebidos relatos de “violações de direitos humanos sistemáticas e brutais”. Segundo testemunhas, Kadafi ordenou ataques aéreos contra os manifestantes. Além disso, mercenários disparam contra a população indiscriminadamente.

Com a falta de segurança – situação que deve piorar, segundo Ban – milhares de pessoas estão deixando a Líbia. De acordo com o secretário, “22 mil fugiram para a Tunísia, 15 mil para o Egito e ainda há outros”. Ele pediu que os países vizinhos, principalmente os europeus, mantenham suas fronteiras abertas e que agência humanitárias recebam os refugiados.

Na segunda-feira, Ban encontrará o presidente dos EUA, Barack Obama, para discutir a situação no país africano. Washington já anunciou sanções contra a Líbia e a suspensão das atividades de sua embaixada em Trípoli. “A crise na Líbia chegou a um momento crucial. A comunidade internacional deve se unir e agir”, disse o chefe da ONU. A União Europeia também prometeu sanções e deve votá-las na semana que vem.

(Com agências France-Presse e Reuters)

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