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ONU alerta para combates sectários na Síria

Aprofundamento das divisões sectárias reduz perspectivas de uma reconciliação pós-conflito, segundo relatório divulgado nesta quinta

Por Da Redação
20 dez 2012, 17h39

A guerra civil na Síria está se transformando em uma luta entre facções étnicas e religiosas, segundo um relatório de uma comissão da ONU divulgado nesta quinta-feira. O confronto envolve principalmente a comunidade alauíta, atualmente no poder, contra a maioria sunita. E combatentes estrangeiros têm entrado para os dois lados da disputa.

Os investigadores das Nações Unidas afirmam que o aprofundamento das divisões sectárias na Síria reduz as perspectivas de uma reconciliação pós-conflito, mesmo que Bashar Assad seja derrubado. E a entrada de combatentes estrangeiros aumenta o risco de que a guerra se espalhe para países vizinhos que enfrentam os mesmos problemas sectários.

“À medida que os confrontos entre as forças do governo e os grupos armados opositores se aproximam do final de seu segundo ano, a natureza do conflito se tornou abertamente mais sectária”, afirma o relatório mais recente da comissão internacional independente de inquérito para a Síria, que é liderada pelo brasileiro Paulo Pinheiro.

Como resultado, mais civis têm se armado no conflito, que começou há 21 meses com manifestações exigindo reformas democráticas no país. “O que descobrimos nos últimos meses foi que as minorias que tentavam ficar longe do conflito começaram a se armar para se proteger”, disse Karen Abuzayd, integrante da comissão.

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“Sentindo-se ameaçadas e atacadas, minorias étnicas e religiosas têm cada vez mais se alinhado a uma das partes do conflito, aprofundando as divisões sectárias”, acrescenta o relatório.

O texto aponta que as forças do governo e suas milícias, dominadas por alauítas, têm atacado sunitas – que apoiam, em grande parte, os opositores do governo de Bashar Assad. E os grupos armados opositores ao governo têm entrado em conflito com alauítas.

Outros grupos minoritários, incluindo cristãos, armênios, palestinos, curdos e turcomanos, também têm entrado para o conflito, em alguns casos forçados a se armar para sua própria defesa ou para apoiar um dos lados da guerra. No entanto, a maior diferença sectária permanece entre alauítas e sunitas.

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Forças do governo sírio aumentaram os ataques aéreos, incluindo bombardeios a hospitais, e evidências sugerem que esses ataques são “desproporcionais”. A condução de hostilidades nos dois lados do conflito cada vez mais viola as leis internacionais.

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A maioria dos combatentes estrangeiros que entra na Síria para se juntar a grupos rebeldes, ou para lutar de forma independente com eles, são sunitas de outros países do Oriente Médio e do norte da África, disseram os investigadores da ONU, que elaboraram seu relatório após realizar entrevistas na região, entre setembro e dezembro.

O grupo xiita libanês Hezbollah confirmou que seus membros estão na Síria combatendo ao lado do governo. Também há informações de que xiitas iraquianos estão combatendo no país e o Irã confirmou em setembro que suas Guardas Revolucionárias estão dando ajuda ao governo Assad.

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(Com agência Reuters)

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