Obama mantém nomeação de general envolvido em escândalo da CIA
Pentágono inocentou John Allen das acusações de conduta imprópria
O presidente Barack Obama vai manter a nomeação do general John Allen, comandante da coalizão internacional no Afeganistão, para o cargo de comandante supremo da Otan na Europa. O anúncio foi feito pela Casa Branca depois que o Pentágono inocentou o general das acusações de conduta imprópria relacionadas ao seu envolvimento no escândalo que levou à renúncia do diretor da CIA, David Petraeus, no ano passado. Sua nomeação havia sido suspensa depois do episódio. A indicação ainda precisa ser aprovada pelo Senado americano.
Um porta-voz de Allen disse que ele está “obviamente contente”. “Desde o princípio, o general teve fé – e apoiou totalmente – no processo de investigação. Ele está agradecido pelo apoio recebido de seus comandantes, amigos, familiares e colegas”, disse o major David Nevers. Allen deverá deixar o posto no Afeganistão no mês que vem.
O caso – A investigação sobre o general começou depois que o FBI descobriu quase 30.000 páginas de correspondência (principalmente emails com datas de 2010 a 2012) entre Allen e Jill Kelley, apontada como uma das figuras chave no escândalo que custou o cargo de Petraeus, renomado general que chefiava a inteligência americana. Antes de ser promovido ao comando da CIA, no ano passado, Petraeus ocupava justamente o cargo de Allen no Afeganistão.
Jill, uma socialite de Tampa, Flórida, foi identificada como velha amiga da família de Petraeus. Ela denunciou ao FBI uma série de e-mails com ameaças que recebeu e depois descobriu que eles haviam sido enviados por Paula Broadwell, com quem Petraeus manteve uma relação extraconjugal.
Nesta quarta, Jill publicou um artigo no jornal The Washington Post assinado junto com seu marido Scott. No texto, eles reclamam do que consideram uma invasão de privacidade. “A insinuação de que Jill estava envolvida em um caso extraconjugal é tão absurda quanto dolorosa para nossa família”.
O porta-voz do Pentágono, George Little, disse que o departamento de defesa “estava feliz em saber que as alegações de má conduta profissional não tinham substância”. Acrescentou que o secretário de Defesa, Leon Panetta, tinha “confiança total na liderança” de Allen no Afeganistão.
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