Nova Assembleia Popular no Egito realiza primeira sessão
Fora do Parlamento, manifestantes exigiram consolidação da democracia
A Assembleia Popular do Egito, câmara baixa do Parlamento, realiza nesta segunda-feira no Cairo sua primeira sessão, dois dias antes do primeiro aniversário da revolta popular que derrubou Hosni Mubarak. Os islamitas correspondem a 75% dos 508 deputados da Assembleia, que prestaram juramento à Presidência do decano Mahmud al-Saqqa.
Entenda o caso
- • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, egípcios iniciaram, em janeiro, sua série de protestos exigindo a saída do então presidente Hosni Mubarak.
- • Durante as manifestações, mais de 800 rebeldes morreram em choques com as forças de segurança de Mubarak que, junto a seus filhos, é acusado de abuso de poder e de premeditar essas mortes.
- • Após 18 dias de levante popular, em 11 de fevereiro, o ditador cede à pressão e renuncia ao cargo, deixando Cairo.
- • No lugar dele, assumiu a Junta Militar que segue governando o Egito até o fim do processo eleitoral.
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Fora da sede do Parlamento, manifestantes exigiram a consolidação dos direitos democráticos que surgiram com a rebelião anti-Mubarak.
Partidos – O Partido da Liberdade e da Justiça (PLJ), braço político da Irmandade Muçulmana, ocupa 235 das 498 vagas da nova câmara baixa egípcia. O PLJ elegeu 127 deputados na eleição proporcional e 108 nas circunscrições uninominais, segundo os resultados oficiais que confirmaram os resultados previstos e divulgados anteriormente.
Há uma semana, o PLJ comunicou ter designado seu secretário-geral, Saad al-Katatni, para presidir a Assembleia do Povo, logo depois de chegar a um acordo com os outros partidos para que o cargo seja atribuído à primeira formação parlamentarista.
O partido fundamentalista salafista Al-Nur ficou na segunda posição com 121 cadeiras, o que representa 24% dos deputados. O partido liberal Wafd, na terceira colocação, conquistou 9% das vagas.
A Assembleia Popular será completa com a designação de 10 deputados por parte do Conselho Militar, que dirige o Egito e é presidido pelo marechal Hussein Tantawi. No dia 29 de janeiro começará a eleição para o Senado.
Constituição – O futuro Parlamento terá que designar uma comissão encarregada de redigir uma nova Constituição, que deve ser aprovada antes da eleição presidencial prevista para junho, última etapa do processo político posterior a renuncia de Hosni Mubarak em fevereiro de 2011.
(Com agência France-Presse)