Norodom Sihanouk, ex-rei do Camboja, morre em Pequim
Ele contribuiu para a independência, se aliou e rompeu com Khmer Vermelho
O ex-rei do Camboja, Norodom Sihanouk, morreu esta segunda-feira em Pequim aos 89 anos, anunciou televisão cambojana. Sihanouk, que abdicou há oito anos em favor do filho, Norodom Sihamoni, reinou entre 1941 e 1955 e entre 1993 e 2004. Ele morreu no hospital de um ataque cardíaco e seu corpo será enviado a seu país para receber um funeral budista no Palácio Real.
Venerado eno Camboja, o ex-monarca estava doente havia anos e viajava com frequência à China para fazer tratamento médico por causa de um câncer. Em outubro de 2009, o ex-rei tinha dito em seu site na internet que já tinha vivido demais e esperava morrer o quanto antes. “Esta prolongada longevidade me pesa de forma insuportável. Sinceramente quero morrer logo, já vivi demais”, escreveu Sihanouk.
O ex-monarca subiu ao trono do Camboja em 1941, quando o país era uma colônia francesa, e 12 anos mais tarde contribuiu para a independência, abdicando pouco depois em favor de seu pai para iniciar uma carreira política. Após ocupar em várias ocasiões o cargo de primeiro-ministro, voltou a ser rei após a morte do pai em 1960 e, em plena Guerra do Vietnã, foi deposto em 1970 em um golpe de estado comandado pelo general Lon Nol, apoiado pelos Estados Unidos.
Sihanouk se aliou com as guerrilhas das quais surgiria o Khmer Vermelho, que durante um tempo o utilizou como líder visível e depois o pôs sob detenção em seu palácio, até que Sihanouk se exilou na China em meados dos anos 1970. Mais tarde, ele criticou Pol Pot, líder do Khmer Vermelho, devido ao genocídio de pelo menos 1,7 milhão de pessoas nos campos de extermínio e por causa das crises de fome. Com a queda do regime comunista, Norodom Sihanouk contribuiu para o processo de paz e assumiu de novo o trono em 1993.
(Com agências France-Presse e EFE)