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‘Ninguém acredita em você’, diz republicano a chefe do Fisco americano

Em depoimento na Câmara dos Deputados, John Koskinen tentou minimizar perda de e-mails solicitados para investigação de abuso cometido pela agência contra grupos políticos conservadores

Por Da Redação
20 jun 2014, 19h25

Deputados republicanos criticaram duramente nesta sexta-feira o chefe do IRS, a Receita Federal americana, sobre o desaparecimento de e-mails relacionados à perseguição a grupos políticos conservadores. Em uma audiência na Câmara dos Deputados, que investiga a conduta do Fisco, John Koskinen negou-se a pedir desculpas pela perda das mensagens, atribuindo-as a “fatores técnicos”. “Não acho que devo um pedido de desculpas”.

Os parlamentares ficaram particularmente irritados com o fato de o IRS ter conhecimento do desaparecimento da correspondência há meses, mas ter comunicado a Câmara apenas na última semana. “Você pode culpar um fator técnico, mas não é um problema técnico enganar o povo americano”, disse o deputado David Camp, que preside o comitê responsável pela investigação. “Você diz que perdeu os e-mails, mas o que você perdeu foi a sua credibilidade”.

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O republicano Paul Ryan reclamou que a agência só se manifestou quando foi questionada sobre o material. “Estou sentado aqui ouvindo seu depoimento…e não acredito nele. Esse é o seu problema. Ninguém acredita em você”, disse, segundo declaração reproduzida pelo jornal The Washington Post.

O Congresso está investigando denúncias de que o IRS discriminou entidades de direita que pediam isenção de imposto. O objetivo é saber se a ordem para perseguir rivais políticos do presidente Barack Obama partiu da Casa Branca, no período que antecedeu as eleições presidenciais de 2012. Entre os e-mails perdidos estão os da ex-funcionária do IRS Lois Lerner, peça central na investigação. Ela era responsável por assinar as cartas com perguntas invasivas enviadas a grupos conservadores – que depois tinham seus pedidos negados. Lois também admitiu a perseguição e pediu desculpas às entidades prejudicadas, em uma tentativa frustrada de mitigar as consequências do crime.

Na versão do IRS, as comunicações da diretora de isenções fiscais foram perdidas quando seu computador quebrou, em junho de 2011 – os interrogatórios ilegais foram realizados entre 2010 e 2011. A agência afirma que o disco rígido da máquina foi destruído, depois de uma tentativa de recuperar os dados, seguindo o protocolo que determina a reutilização dos equipamentos como medida de economia.

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O republicano Camp pediu que o IRS disponibilize o disco rígido danificado para análise e questionou os argumentos apresentados pela agência para explicar a perda das informações. “É difícil de acreditar. Eu não acredito que o IRS tenha feito toda tentativa possível para recuperar esses documentos”.

“Nunca subestime a incompetência do governo, mas como é conveniente”, diz um artigo publicado pelo Wall Street Journal sobre a alegada quebra do computador de Lois Lerner. “Agora nunca vamos saber ordens de quem ela estava seguindo, ou quais orientações ela estava dando”.

Democratas defenderam que não houve má fé na perda dos e-mails, mas os republicanos rebateram dizendo que isso faz parte da conduta habitual do IRS de negar e obstruir as investigações.

Lois Lerner deixou o cargo em setembro do ano passado, depois de se recusar a prestar depoimento no Congresso Americano. Especialista em reestruturação, Koskinen assumiu a chefia do Fisco em janeiro, no lugar de Daniel Werfel, ex-assessor orçamentário da Casa Branca que foi nomeado por Obama em maio do ano passado, em meio ao escândalo sobre os abusos da agência. Ao sair, Werfel disse que pretendia passar mais tempo com a família e explorar novas oportunidades na carreira.

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