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Nazista condenado por massacre de 335 italianos morre aos 100 anos

Erich Priebke, preso nos anos 90, cumpria pena de prisão domiciliar em Roma

Por Da Redação
11 out 2013, 13h38

O criminoso de guerra nazista Erich Priebke morreu nesta sexta-feira em Roma aos 100 anos, segundo informações divulgadas pelo seu advogado. Priebke, um antigo oficial da SS, a força de elite nazista, cumpria pena desde 1998 por causa da sua participação na morte de 335 civis italianos no episódio da II Guerra Mundial que ficou conhecido como o Massacre das Fossas Ardeatinas. Por causa da idade e de seu estado saúde, Priebke vinha cumprindo a pena em regime domiciliar.

O massacre dos civis italianos, que ocorreu em 24 março de 1944, foi ordenado pessoalmente pelo ditador Adolf Hitler, que havia ficado furioso com a morte de 33 soldados alemães em um ataque de guerrilheiros na região de Roma.

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Como represália, dez civis teriam que ser executados para cada alemão morto. O local escolhido para os ataques foram os túneis de uma antiga pedreira próximo da via Ardeatinas, nos subúrbios de Roma. As vítimas acabariam sendo escolhidas, em sua maioria, em prisões da região, e incluíam 70 judeus. Ao todo, 335 civis (todos homens e totalizando cinco a mais do que o determinado orginalmente) foram recolhidos pelos guardas da SS liderados por Priebke e por outro oficial da SS, Karl Hass.

Erich Priebke em unfirome nos anos 40
Erich Priebke em unfirome nos anos 40 (VEJA)

Após serem desembarcados dos caminhões, os civis foram arrastados para dentro dos túneis e assassinados com tiros na nuca. Após completarem as execuções, os homens da SS dinamitaram os túneis. A operação durou um dia.

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Após a guerra, Priebke conseguiu fugir para a Argentina por meio de uma rede que ajudava nazistas. Ele acabaria entrando no país com uma identidade falsa, mas menos de um ano depois voltaria a usar seu nome verdadeiro. Ele permaneceu na obscuridade por décadas trabalhando como professor na cidade de Bariloche até ser localizado por uma equipe de jornalistas americanos, em 1994. Ao conceder uma entrevista, Priebke justificou suas ações e usou o velho discurso de que “estava seguindo ordens”.

A reportagem causou indignação na Itália e na Argentina. Priebke foi preso logo depois e acabou sendo extraditado para a Itália em 1996. No mesmo ano, foi julgado e acabou absolvido em primeira instância. No julgamento do recurso, em 1998, no entanto, foi condenado à prisão perpétua e, um ano depois, beneficiado com a prisão domiciliar.

Nos anos seguintes, o caso Priebke continuou a provocar reações fortes na Itália. Em 2010, quando recebeu autorização da Justiça para passear e fazer compras, houve críticas no país de que o judiciário estava sendo leniente com o nazista. Nos meses seguintes, diversos jornais estamparam fotos de Priebke passeando tranquilamente por Roma.

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Em julho deste ano, quando Priebke completou 100 anos, houve protestos em frente ao seu apartamento em Roma quando algumas pessoas notaram que um neto do nazista que viajou para celebrar a data chegou ao local trazendo champanhe.

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