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Na ONU, países do Mercosul reclamam de espionagem americana

Chanceleres apresentaram longa lista de reclamações ao secretário-geral Ban Ki-moon

Por Da Redação
5 ago 2013, 22h19

Chanceleres dos países do Mercosul levaram nesta segunda-feira ao secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, suas inquietações sobre os programas secretos de vigilância dos Estados Unidos. “Expressamos nossa preocupação e nosso alerta sobre as graves implicações que esses procedimentos ilegais realizados pelo governo dos Estados Unidos têm sobre a estabilidade política dos países e a mútua confiança necessária na comunidade internacional”, disse o ministro de Relações Exteriores da Venezuela, Elías Jaua. O país ocupa a presidência temporária do palanque político travestido de união aduaneira.

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Jaua compareceu à reunião ao lado de Antonio Patriota, Héctor Timerman (Argentina), Luis Almagro (Uruguai) e David Choquehuanca, da Bolívia, país que ainda está em processo de adesão ao bloco. Eles deram sequência ao que foi anunciado na reunião do Mercosul realizada em meados de julho, em Montevidéu. Sem muito a apresentar em termos econômicos, o encontro dos presidentes acabou tendo como foco os programas secretos de vigilância do governo Obama, que se tornaram públicos com o vazamento de informações promovido pelo técnico de informática Edward Snowden.

Os chanceleres também reclamaram que as operações dos EUA violam o direito internacional no que diz respeito à salvaguarda da soberania dos países. O grau de intrusão dos serviços de monitoramento eletrônico dos Estados Unidos sobre os cidadãos americanos e dos demais países é ultrajante. Mas a reclamação dos governos sul-americanos pouco ou nenhum efeito prático tem para deter esse tipo de ação.

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Patriota disse que o secretário-geral da ONU “compartilha a preocupação” dos países do bloco, que devem levar as queixas também à Assembleia Geral e ao Conselho de Segurança.

Asilo – Na semana passada, Snowden recebeu asilo temporário na Rússia e seu advogado afirmou que ele pensa em construir uma nova vida no país. Com isso, o delator abre mão das ofertas de asilo feitas por países como Venezuela, Bolívia e Nicarágua. O presidente venezuelano Nicolás Maduro enfatizou sua posição ao dizer que em seu país o americano estaria livre da “perseguição imperial americana”, aproveitando para dar continuidade ao discurso anti-EUA que já era mantido por seu antecessor Hugo Chávez.

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Na ONU, restou aos representantes dos países do Mercosul repetirem a defesa feita na reunião de julho do direito ao asilo. “Para nós, latino-americanos, o direito ao asilo, o direito dos cidadãos a solicitá-lo e o direito dos Estados de serem respeitados quando o concedem é um princípio que não estamos dispostos a negociar”, afirmou Jaua.

Ban Ki-moon também ouviu reclamações sobre o episódio do constrangimento ao qual o presidente da Bolívia, Evo Morales, foi submetido no início de julho, quando seu avião foi impedido de sobrevoar o espaço aéreo da França, Itália, Espanha e Portugal. A Áustria autorizou o pouso e reabastecimento da aeronave e, sem autorização, revistou o avião em busca de Snowden.

A variada lista apresentada ao secretário da ONU incluiu ainda reclamações sobre a questão das Ilhas Malvinas (reclamadas pela Argentina 30 anos depois da derrota para a Inglaterra), o embargo a Cuba, a situação do Haiti, questões sobre desenvolvimento sustentável e combate às drogas. O encontro desta segunda-feira antecede uma sessão do Conselho de Segurança que será presidida pela Argentina.

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