Na Cidade do Cabo, Obama visita cela em que Mandela ficou preso
Barack Obama foi com a família a Robben Island, onde o líder da luta contra o apartheid passou 18 anos preso
O presidente americano, Barack Obama, desembarcou neste domingo na Cidade do Cabo, onde visitou Robben Island, local onde Nelson Mandela ficou detido por 18 anos. Obama, que está em viagem oficial à África do Sul, escreveu no livro de visitas: “Em nome de minha família, quero expressar um sentimento de profunda humildade por estar em um lugar onde as pessoas de tanta coragem enfrentaram a injustiça e negaram-se a se render”.
“O mundo agradece aos heróis de Robben Island, que nos recordam que não existem grilhões ou celas que possam igualar a força do espírito humano”, acrescentou.
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O primeiro presidente negro da África do Sul e líder da luta contra o apartheid passou seis semanas detido em Robben Island em 1963 e depois quase 18 anos entre julho de 1964 e março de 1982. Depois foi transferido para outras penitenciárias perto da Cidade do Cabo. Em fevereiro de 1990 ele foi libertado, depois de passar 27 anos nas prisões do regime racista do apartheid.
Neste sábado, ao fazer uma palestra na Universidade de Soweto, Obama pediu à juventude africana que se inspire na vida de Nelson Mandela para superar as dificuldades da vida. “Pensem em 27 anos de prisão. Pensem nos sofrimentos, nos conflitos e na distância da família e dos amigos”, disse. “Houve alguns momentos sombrios que testaram sua fé na humanidade, mas ele jamais desistiu”.
Também no sábado, o presidente americano encontrou-se com familiares de Mandela, que está internado há três semanas. Ele transmitiu uma mensagem de apoio aos parentes do líder africano, em vez de visitar diretamente o ex-presidente no hospital. Após o encontro, Obama disse a jornalistas que conversou ao telefone com a esposa de Mandela, Graça Machel, que permaneceu no hospital. “Expressei minha esperança de que Madiba extraia paz e confronto do tempo que está passando com seus amados, e também expressei meu apoio sincero à família inteira enquanto enfrenta esse período difícil”, disse, usando o nome de clã Madiba, pelo qual Mandela é conhecido afetivamente.
Mas Obama também enfrentou protestos de sul-africanos que criticaram a política internacional norte-americana, especialmente ataques realizados com drones (aeronaves não tripuladas). A polícia atirou bombas de efeito moral para dispersar centenas de manifestantes que se aglomeraram do lado de fora do campus de Soweto da Universidade de Johannesburgo, onde Obama discursou.
O presidente americano concluirá na terça-feira na Tanzânia uma viagem que começou na quarta-feira passada no Senegal.