Murdoch negocia acordo com família vítima de grampos
Tabloide invadiu celular de menina assassinada, enganando familiares
A News International, companhia do magnata das comunicações Rupert Murdoch, informou nesta segunda-feira que estão avançadas as negociações com a família da adolescente assassinada cujo celular foi grampeado por detetives contratados pelo tabloide News of the World. A empresa disse que deve chegar em breve em um acordo com os familiares de Milly Dowler, que desapareceu em 2002.
Entenda o caso
- • O tabloide News of the World recorria a detetives e escutas telefônicas em busca de notícias exclusivas.
- • Entre as vítimas dos grampos estão celebridades, políticos, membros da família real e até parentes de soldados mortos.
- • Policiais da Scotland Yard também teriam sido subornados para fornecer informações em primeira mão aos jornalistas.
- • O escândalo forçou o fechamento do jornal sensacionalista, que circulou por 168 anos e era um dos veículos do grupo News Corp., do magnata Rupert Murdoch.
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“Não se chegou a um acordo final, mas esperamos concluir as negociações o mais rápido possível”, disse o comunicado. Segundo a rede britânica BBC, a News International ofereceu aos Dowler dois milhões de libras esterlinas (cerca de 5,44 milhões de reais) e um milhão de libras esterlinas (2,72 milhões de reais) a instituições de caridade. Contudo, os advogados da família querem elevar o valor oferecido para 3,5 milhões de libras (cerca de 9,5 milhões de reais), de acordo com o jornal The Guardian.
O caso Dowler foi o estopim do escândalo das escutas ilegais. Na época, jornalistas do News of the World contrataram detetives para acessar a caixa postal da menina e ouvir suas mensagens de voz, fazendo a polícia e a família acreditarem que ela ainda estava viva. Mais tarde, Milly foi encontrada morta.