Assunção, 3 jul (EFE).- A ministra de Defesa do Paraguai, María Liz García, divulgou nesta terça-feira um vídeo com imagens da reunião que o chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, manteve com altos comandantes militares paraguaios, supostamente em 22 de junho, pouco antes do julgamento político que determinou a saída de Fernando Lugo da presidência.
Em breve entrevista coletiva, a ministra disse que recebeu ordens do presidente Federico Franco, que sucedeu Lugo neste mesmo dia, de entregar à imprensa cópias da gravação, que mostra os participantes do encontro entrando e saindo do local onde ocorreu a reunião.
María Liz acusou há alguns dias Maduro de incentivar as Forças Armadas paraguaias a se rebelarem contra a cassação de Lugo.
‘Tenho certeza que vão entregar (cópias do vídeo) às instâncias correspondentes’, disse hoje a ministra em referência ao Ministério Público.
As imagens, editadas e sem áudio, foram exibidas por um canal de televisão paraguaio. A reunião teria ocorrida entre às 16h23 e 16h33 do dia 22, pouco antes do início da sessão no Senado que culminou no impeachment de Fernando Lugo, considerado culpado por mau desempenho de suas funções.
O vídeo editado, de um minuto e 50 segundos de duração, inclui fotos e nomes dos participantes. Uma versão sem cortes será entregue a outros meios de comunicação do país.
O encontro de Maduro com comandantes das três divisões das Forças Armadas teria sido convocado pelo chefe do gabinete militar da presidência de Lugo, o general Ángel Vallovera,
O encontro ocorreu no Palácio de Governo e contou com a participação dos comandantes do Exército, Adalberto Garcete, da Marinha, Juan Benítez, e da Força Aérea, Miguel Christ.
Assim que assumiu a presidência, Franco substituiu o chefe de seu gabinete militar e os comandantes do Exército e da Marinha.
Christ, compareceu ontem na Comissão de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados e explicou o conteúdo da reunião, segundo o jornal ‘ABC Color’.
A publicação citou vários deputados que asseguraram que Christ revelou que Maduro e o embaixador equatoriano no Paraguai, Julio Prado, tentaram pressionar os altos militares para que assinassem um documento que reconhecia Lugo como presidente.
A Comissão de Defesa convocou os outros militares envolvidos a prestar esclarecimentos. Segundo o deputado José López Chávez, todos confirmaram a mesma versão dos fatos.
López Chávez, citado pela agência estatal ‘IP’, pediu que a justiça paraguaia processe Maduro, Prado e o ex-presidente Lugo por incitação à sublevação militar.
Além disso, o parlamentar disse que o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, deve explicações pela intromissão do país na soberania paraguaia. EFE