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Massacre no Afeganistão: sargento dos EUA será acusado de 17 assassinatos

Por Spc. Ryan Hallock
23 mar 2012, 07h21

O soldado americano Robert Bales será acusado de 17 assassinatos após o massacre de civis no sul do Afeganistão, disse nesta quinta-feira uma autoridade americana que não quis se identificar.

O sargento Bales também será acusado de seis agressões e tentativas de assassinato, disse o funcionário.

Bales, 38 anos, casado e pai de duas crianças, é acusado de ter saído na noite de sábado 11 de março de sua base no distrito afegão de Panjwayi, na província de Kandahar (sul), antes de assassinar 17 pessoas – a maioria mulheres e crianças – em duas aldeias vizinhas, e de queimar seus corpos.

A acusação aumentou em um o número de mortos divulgado imediatamente após o massacre, o que esfriou ainda mais as já complexas relações entre Estados Unidos e Afeganistão, país invadido no fim de 2001.

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As autoridades americanas prometeram uma rápida e profunda investigação, enquanto o secretário de Defesa, Leon Panetta, disse que Bales poderá ser condenado à pena de morte. As motivações do soldado permanecem desconhecidas.

Inicialmente transferido para uma base americana no Kwait, Bales foi levado na sexta-feira para a prisão militar de Fort Leavenworth, no Kansas, onde está em uma solitária.

As acusações contra ele serão anunciadas oficialmente na sexta-feira, informaram fontes ligadas à investigação.

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De acordo com o sistema judiciário militar americano, promotores fazem rascunhos de acusações impetradas contra o soldado, e então as apresentam a seu comandante, que precisa decidir se há provas suficientes para incriminá-lo.

Bales ainda terá de depor em uma data ainda não confirmada antes de ser enviado à corte marcial.

Seu advogado John Henry Browne visitou seu cliente pela primeira vez na segunda e terça-feira, e disse aos jornalistas que Bales sofria de amnésia.

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“Ele se lembra do que ocorreu mais cedo naquela noite e do que ocorreu depois, mas não se lembra do meio tempo”, disse Browne à CBS, acrescentando que seu cliente negou que estivesse bêbado no momento do ataque.

O advogado afirmou que não alegará insanidade de seu cliente, mas poderá afirmar “capacidade diminuída” devido a um surto emocional.

Veterano condecorado que realizou três viagens ao Iraque antes de ser mobilizado ao Afeganistão em dezembro, Bales sofreu traumatismo craniano durante um acidente no Iraque.

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Browne afirmou na semana passada que Bales esteve sob estresse recentemente, cujo pico foi o momento em que ele teria presenciado um colega ficar seriamente ferido após pisar em uma mina.

A mídia americana informou que Bales – que além de Browne também conta com um advogado militar – e sua mulher estavam enfrentando problemas financeiros.

Se a defesa convencer o júri de que o ataque não foi premeditado, a sentença máxima seria prisão perpétua, incluindo a possibilidade de liberdade condicional após 10 anos.

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O objetivo é “atacar o nível de intencionalidade”, disse Daniel Conway, advogado militar que não está envolvido no caso.

Uma condenação por homicídio premeditado pode resultar em pena de morte ou perpétua sem possibilidade de liberdade condicional.

Mas seus advogados estão brincando com uma faca de dois gumes ao anunciar suas intenções, disse Conway, porque os investigadores ficarão alertas por quaisquer evidências contrárias à alegação de capacidade diminuída.

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