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Líder opositor tailandês prevê ditadura após eleições

Oposição organiza protesto em Bancoc que vai durar até domingo, dia da votação. Principal partido opositor se recusou a participar do pleito

Por Da Redação
30 jan 2014, 11h50

O líder das manifestações antigovernamentais na Tailândia, Suthep Thaugsuban, disse nesta quinta-feira em Bangcoc que as eleições de domingo trarão mais totalitarismo ao país e qualificou de “ditatorial” o Executivo interino da primeira-ministra Yingluck Shinawatra. “A maioria dos cidadãos acha que as eleições sob o atual sistema não são democráticas. As eleições trarão mais ditadura ao país. O povo quer reformas antes de votar para ter uma democracia verdadeira”, manifestou Suthep.

O partido político de Yingluck, o Puea Thai (Dos tailandeses, na língua local), é o favorito para ganhar este pleito, nos quais não concorre o Partido Democrata, o principal da oposição. Suthep, vice-primeiro-ministro do Partido Democrata entre 2008 e 2011, disse que as autoridades tentam utilizar o sufrágio para ocultar a corrupção e as irregularidades que cometeram durante os dois anos e meios que governam. O líder dos protestos reiterou que sua intenção não é impedir o direito ao voto, como ocorreu no domingo no início do processo de votação antecipada, mas encorajar os cidadãos a se unirem a eles e conseguir que a capital seja uma grande maré antigovernamental.

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Suthep, que reivindica reformas políticas antes de chamar às urnas, voltou a descartar hoje que o país se encaminhe rumo a um confronto civil. “Nossos manifestantes lutam sem armas, pacificamente. Os ‘camisas vermelhas’ são os que matam pessoas, queimam edifícios”, manifestou o ex-deputado em referência aos apoiadores de Thaksin Shinawatra, ex-primeiro-ministro e irmão da atual premiê, derrubado em 2006. Pelo menos dez pessoas morreram e cerca de 600 ficaram feridas desde que os protestos começaram a ocupar ministérios, em novembro passado.

Os grupos antigovernamentais, reunidos no Comitê Popular de Reforma Democrática, começaram nesta quinta-feira uma mobilização especial que durará até domingo. Os manifestantes partiram nesta manhã dos diferentes acampamentos que ocupam em Bangcoc desde 13 de janeiro e partiram rumo ao centro da capital. O assobio, símbolo destes protestos da mesma forma que a bandeira nacional, acompanhou o desfile. As autoridades temem enfrentamentos em Bangcoc no dia das eleições, apesar dos 10.000 policiais que serão mobilizados, e preveem problemas para votar em províncias do sul, onde o movimento antigovernamental conta com seu principal apoio.

No meio desta crise, um movimento conciliador surgiu e começado a tomar força, como os chamados ‘camisas brancas’ ou a Rede pela Reforma, uma plataforma de 60 organizações que pedem para o governo e os manifestantes negociarem uma saída. Entre os membros da Rede pela Reforma se destacam a Federação de Indústrias Tailandesas, a Bolsa de Valores da Tailândia, a Associação de Banqueiros da Tailândia e o Conselho de Presidentes de Universidade da Tailândia.

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Histórico – A Tailândia vive uma crise política desde o golpe militar que derrubou em 2006 o governo de Thaksin Shinawatra, irmão da atual premiê. Ele, que vive exilado na Grã-Bretanha, e a irmã contam com grande apoio entre as classes baixas e nas áreas rurais do nordeste do país. A atual onda de protestos estourou como reação a um projeto de lei apoiado pelo governo que pretendia conceder uma anistia ao irmão da premiê, que responde a várias acusações.

Com isso, ele não precisaria cumprir uma pena de dois anos de prisão por corrupção. Os tribunais também congelaram milhões de dólares seus em bancos tailandeses, mas a Justiça tailandesa acredita que ele ainda tenha uma grande quantidade de dinheiro no exterior. Thaksin foi condenado à revelia em 2008, dois anos depois de ser derrubado em um golpe militar. Vive no exílio desde então.

Desde o estabelecimento da monarquia constitucional na Tailândia, em 1932, o país já passou por dezoito golpes de estado ou tentativas de derrubar o governo. A onda atual de protestos já deixou ao menos oito mortos.

(Com agência EFE)

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