Kadafi retoma controle de duas cidades próximas da capital
Forças do governo recuperam domínio em Gharyan e Sabratha, mas fracassam na tentativa de restaurar controle de outras três localidades
As forças governistas do ditador Muammar Kadafi retomaram o controle de Gharyan e Sabratha, duas cidades próximas da capital Trípoli. Rebeldes e partidários do ditador líbio duelavam há dias pelo domínio dessas localidades. Por outro lado, oposicionistas repeliram os ataques das forças do governo em pelo menos outras três cidades consideradas estratégicas na batalha pelo controle da capital.
Na cidade montanhosa de Gharyan, que oferece uma visão panorâmica de Trípoli, a polícia de Kadafi empreendeu uma ação na manhã desta quarta-feira para recuperar o domínio na região, após sofrer um fulminante – e efetivo – ataque oposicionista na última sexta-feira.
As cidades de Misrata, Zawiya e Zintan mantêm-se dominadas pelos rebeldes. A exemplo do que ocorreu em Gharyan e Sabratha, elas devem entrar na alça de mira de Kadafi e protagonizar duelos pelos seus domínios nos próximos dias, reforçando os contornos que desenham uma iminente guerra civil na Líbia.
Pressão internacional – O porta-voz da Casa Branca Jay Carney confirmou nesta terça-feira que navios americanos já estão se movimentando em direção à costa da Líbia para ajudar a conter uma crise humanitária. O secretário de Defesa, Robert Gates, também disse que o Pentágono está enviando pelo menos dois navios anfíbios de guerra e centenas de fuzileiros para o Mar Mediterrâneo, onde eles ajudariam na retirada de civis. Os Estados Unidos já haviam anunciado as medidas na segunda-feira. Segundo a Marinha do país, contudo, o objetivo real da ação pode ser uma intervenção militar ou uma simples demonstração de força para pressionar o ditador, Muamar Kadafi, a deixar o cargo.
No litoral da cidade de Al Baida, no nordeste da Líbia, navios americanos já foram avistados. Conforme um coronel líbio informou à rede de televisão Al Jazira, as forças de segurança de Kadafi já não atuam mais na região. Porém, o ministro francês das Relações Exteriores, Alain Juppé, assegurou que “nenhuma intervenção militar seria feita sem um mandato claro do Conselho de Segurança da ONU”.
O almirante Mike Muller, chefe do Estado Maior dos EUA, disse que a administração Obama está estudando uma série de opções para lidar com o regime de Kadafi, mas ainda não tomou nenhuma decisão. “Eu acredito que isso pode abranger tudo, de uma demonstração de força para algo mais efetivo”, disse, acrescentando que “o presidente Barack Obama ainda não decidiu sobre o uso da força militar”.