Justiça russa nega pedido de liberdade de brasileira
Ana Paula Maciel e outros 29 ativistas permanecerão presos sob acusação de vandalismo durante um protesto contra uma petroleira russa
A Justiça russa negou, nesta quinta-feira, a apelação da ONG Greenpeace para que a brasileira Ana Paula Maciel pudesse pagar fiança e responder em liberdade ao inquérito aberto após protesto contra uma petroleira no Ártico. Além da bióloga brasileira de 31 anos, todos os outros 29 ativistas também tiveram seus pedidos de fiança e liberdade negados.
Em nota, a ONG comunicou que a Justiça russa “ignorou” a carta de garantia assinada pelo embaixador brasileiro no país, Fernando Barreto. O diplomata afirmara que se Ana Paula fosse libertada, ela teria bom comportamento e colaboraria com as investigações, comparecendo à Justiça sempre que solicitada.
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Nesta quarta-feira, a Rússia alterou as acusações contra os ativistas. As autoridades retiraram as acusações de pirataria e indiciaram os tripulantes do barco Arctic Sunrise por vandalismo. Com isso, a pena máxima foi reduzida de quinze para sete anos de prisão. Mesmo com a alteração da acusação, o Greenpeace criticou a decisão de manter uma ação judicial contra os ativistas e contestou que tenha ocorrido vandalismo. “Não há sinais de vandalismo. Não há violência, ameaça de se usar a violência e nem danos causados à propriedade”, disse o diretor da organização na Rússia, Ivan Blokov.
A guarda costeira russa rebocou em 19 de setembro o Arctic Sunrise depois que alguns ativistas tentaram escalar uma plataforma de petróleo da empresa Gazprom para denunciar os riscos da atividade ao meio ambiente. Os trinta tripulantes, de dezoito nacionalidades, estão detidos em Murmansk, noroeste da Rússia.