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Japão vive pior acidente nuclear desde Chernobyl

População próxima ao local receberá doses de iodo, um elemento útil para prevenir câncer de tireóide

Por Da Redação
12 mar 2011, 14h23

Em função do acidente na usina, governo declarou “estado de emergência nuclear”. Moradores foram retirados da região em um raio de 20 quilômetros

O acidente na usina nuclear de Fukushima, no Japão, é o pior do país desde a catástrofe de Chernobyl, na Ucrânia, em 1986. A falha no sistema de refrigeração do reator 1 da usina Daiichi, em função do terremoto e do tsunami que atingiram o país nessa sexta-feira, foi classificado pelas autoridades como categoria 4. De acordo com a Escala Internacional de Sucessos Nucleares (INES), isso equivale a um “acidente com conseqüências de alcance local”, informa o jornal El Pais, nesse sábado. Na classificação, 7 é a categoria máxima.

Apenas em duas ocasiões foram registrados acidentes piores, de acordo com a classificação da INES: Chernobyl (nível 7, “acidente grave”) e a fusão do núcleo de um reator da central americana Three Mile Island, em 1979 (nível 5, “acidente com conseqüências de maior alcance”).

Segundo a agência de notícias japonesa Jiji, três trabalhadores sofreram de exposição radioativa perto da usina de Fukushima. Para conter as conseqüências do acidente, o governo japonês tenta um método sem precedentes, segundo informou o porta-voz, Yukio Edano. Trata-se de um resfriamento do reator com água do mar, misturada com ácido bórico.

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Além disso, a população próxima ao local receberá doses de iodo, um elemento útil para prevenir câncer de tireóide. Após o desastre de Chernobyl, milhares de casos de câncer de tireóide foram registrados em crianças e adolescentes, expostas no momento do acidente. Mais casos são esperados.

Alerta nuclear – A explosão do prédio onde fica um dos reatores da usina aconteceu um dia após o terremoto de 8,9 graus na escala Richter, seguido de tsunami na região. Imagens da rede de televisão estatal NHK mostram as paredes do edifício do reator ruindo, deixando de pé apenas um esqueleto de metal. Colunas de fumaça saíam da usina de Fukushima, que fica a 30 quilômetros de Iwaki, um dos locais mais atingidos pelo duplo desastre.

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Em função do acidente, o governo japonês declarou nesta sexta-feira estado de “emergência nuclear“. Cerca de 46 mil moradores em um raio de dez quilômetros da usina foram retirados emergencialmente de suas casas e transportados para lugares seguros. Porém, segundo a rede NHK, no momento da explosão ainda havia cerca de 800 pessoas nas redondezas, algumas delas idosas.

Mais tarde, com a gravidade da situação, o governo ampliou a área de evacuação para 20 quilômetros. Um novo tremor de magnitude 6,0 na escala Richter atingiu a região às 22h15 no horário local (10h15 hora de Brasília).

Lembranças ruins – A oposição contra a indústria nuclear é forte no Japão. A cada ano, milhares de pessoas se reúnem para relembrar as vítimas das duas bombas atômicas lançadas pelos Estados Unidos em Hiroshima e Nagasaki, em agosto de 1945.

Mas, ante a pobreza de recursos naturais do arquipélago, a energia nuclear civil é considerada um mal necessário. São mais de 50 reatores espalhados pela costa do Japão, suprindo 30% das necessidades elétricas do país.

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Esses reatores foram construídos para suportar os tremores sísmicos e parar automaticamente em caso de um abalo muito forte. Onze deles, situados nas zonas mais atingidas pelo terremoto de ontem, pararam automaticamente.

Mortos e desaparecidos – Em meio à preocupação com a crise nuclear, o exército japonês encontrou entre 300 a 400 corpos no porto de Rikuzentakata, que se somam aos entre 200 e 300 cadáveres descobertos numa praia de Sendai (nordeste, prefeitura de Miyagi) depois da passagem da imensa onda de mais de 10 metros.

A agência Kyodo News informou que operadores ferroviários perderam o controle de quatro trens que trafegavam por linhas férreas costeiras na sexta-feira. As composições ainda não tinham sido encontradas até a tarde deste sábado, no horário local. A East Japan Railway Co., que opera as linhas, informou que não sabe quantas pessoas viajavam nos trens.

O primeiro-ministro Naoto Kan disse que 50 mil soldados do Exército se juntaram ao esforço de resgate e recuperação das áreas atingidas. “A maioria das casas ao longo da linha costeira foi destruída e há muitos incêndios ali”, disse Kan, após sobrevoar a região por helicóptero.

Enquanto isso, os números de mortos e desaparecidos não param de aumentar. Pelo menos 637 pessoas morreram – autoridades afirmam que o número deve passar de 1.700 -, 784 estão desaparecidas e 1.128 se feriram.

A polícia nacional informa que mais de 215.000 pessoas foram levadas para abrigos no norte e leste do país. Esta cifra compreende mais de 100.000 pessoas da prefeitura de Fukushima, entre elas os moradores retirados da região da usina nuclear. O número de pessoas pode ser muito maior porque a polícia ainda não recebeu informações dos evacuados da prefeitura de Miyagi, uma das zonas que sofreu maiores danos humanos e materiais. Milhares de pessoas continuam bloqueadas em prédios isolados pelas águas nessa localidade, segundo a prefeitura.

Ajuda internacional – A comunidade internacional começou a enviar equipes de resgate no sábado para ajudar o Japão. “Estamos no processo de enviar nove especialistas que estão entre os mais experientes que temos para lidar com catástrofes. Eles ajudarão a avaliar as necessidades e coordenar assistência com autoridades japonesas”, disse Elisabeth Byrs, porta-voz do escritório da Organização das Nações Unidas para a coordenação de assuntos humanitários.

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