Israel segue acordo e prepara libertação de palestinos
Vinte e seis palestinos serão soltos em medida resultante da retomada do processo de paz após três anos, mas assentamentos ameaçam negociações
O governo de Isarel iniciou nesta terça-feira os preparativos para libertar 26 presos palestinos, cuja saída da prisão deverá ocorrer a partir da meia-noite desta quarta (18 horas em Brasília), afirmou o serviço penitenciário isralense. Estes presos são os primeiros de um total de 103 que Israel deverá libertar em quatro rodadas, como cumprimento ao acordo resultante da retomada das negociações de paz com os palestinos – oficialmente, o processo mediado pelo secretário americano de Estado, John Kerrry, tem início nesta quarta-feira em Jerusalém.
Leia mais:
Nos EUA, Israel e Palestina iniciam novo esforço pela paz
Há quase três anos as conversas foram suspensas, mas novos planos de ampliação dos assentamentos israelenses na Cisjordânia anunciados no domingo passado já ameaçam o futuro das negociações, suspensas na última vez justamente por causa de novas construções israelenses em território considerado palestino. Desta vez, o governo israelense anunciou a intenção de construir 1 187 novas moradias para colonos judeus na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.
Na tentativa se dar prosseguimento à retomada das conversas de paz, Israel começou os trâmites para libertação dos prisioneiros palestinos depois que uma comissão ministerial aprovou a saída dos 26 presos na noite de domingo para segunda-feira.
“Os presos foram transferidos à prisão de Ayalon, na cidade de Ramle (cidade do distrito central de Israel), onde foram identificados, submetidos a exames médicos e entrevistas com responsáveis do presídio”, indicou uma fonte do serviço penitenciário israelense. Segundo o órgão, 14 dos presos oriundos da Faixa de Gaza serão conduzidos ao terminal fronteiriço de Erez, no norte da região, enquanto os 12 restantes, provenientes da Cisjordânia, serão conduzidos ao cruzamento de Betunia, próximo a Ramala.
Os veículos para levar os presos já se encontram nas prisões e, conforme aos cálculos do serviço penitenciário de Israel, a libertação não vai acontecer antes que se completem as 48 horas previstas desde a publicação da lista na segunda-feria – tal prazo, inclusive, permite que os cidadãos israelenses recorram à Justiça para impedir tal libertação. No entanto, a máxima instância judicial do país não costuma contradizer este tipo de decisão adotadas pelo Executivo.
Leia também:
Israel x Palestina: dos dois lados do muro
Enquanto isso, o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, instruiu os governadores e prefeitos das localidades da Cisjordânia, de onde procedem os prisioneiros, para que realizem recepções formais para receber os libertados.
Além disso, uma cerimônia oficial deverá ser realizada na sede do governo de Ramala, a Muqata, onde os presos serão recebidos pelo próprio Abbas e destacados dirigentes da Organização para a Libertação da Palestina (OLP). O ministro de Presos da ANP, Issa Qaraqe, encorajou os palestinos a dar boas-vindas aos presos libertados em frente à Muqata, informou a agência de notícias oficial palestina Wafa.
(Com agência EFE)