Irã anuncia aumento de capacidade para enriquecer urânio
Ditador iraniano diz que país expandiu número de centrífugas em mais de 10%
O Irã aumentou em mais de 10% o número de centrífugas de enriquecimento de urânio, apesar das sanções e das pressões internacionais, disse o ditador do país, Mahmoud Ahmadinejad, citado pela imprensa local nesta quarta-feira. Para as potências do Ocidente, o Irã se aproxima do enriquecimento de urânio a 90%, necessário para utilizar a energia atômica com fins militares, como a produção de uma bomba.
“Atualmente há 11.000 centrífugas em atividade nas instalações de enriquecimento de Natanz e Fordo”, disse Ahmadinejad em uma reunião de funcionários de alto escalão do país com o guia supremo, o aiatolá Ali Khamenei. Segundo o último relatório da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), publicado no fim de maio, o Irã tem pouco mais de 10.000 centrífugas, 9.330 delas em Natanz (8.818 em atividade) e 696 em Fordo.
Ahmadinejad não informou quantas centrífugas novas foram instaladas em Natanz e quantas em Fordo, uma nova instalação de enriquecimento construída no interior de uma montanha e, portanto, muito mais difícil de destruir em caso de bombardeios. As instalações de Fordo enriquecem urânio a 19,75%, enquanto Natanz enriquece principalmente a 3,5%, mas também, em alguns casos, a 19,75%.
Nas negociações iniciadas em abril após 15 meses de interrupção, os países do Grupo 5+1 (Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Rússia, China e Alemanha) pediram ao Irã o fechamento de Fordo e o fim do enriquecimento de urânio a 20%. O Irã nega-se firmemente a ceder, afirma que seu programa nuclear é pacífico e descarta as críticas dos países ocidentais, que temem que o governo iraniano esteja desenvolvendo uma bomba atômica sob o pretexto de um programa nuclear civil.
(Com agência France-Presse)