Índia declara culpados 4 acusados de estupro coletivo
Pena para autores do crime que revoltou indianos será anunciada nesta quarta
A Justiça indiana declarou culpados nesta terça-feira os quatro acusados do estupro de uma jovem de 23 anos, em dezembro do ano passado, em Nova Délhi – o crime, que acabou provocando a morte da mulher dias depois, revoltou a Índia e provocou um debate sem precedentes sobre a situação das mulheres no país. “Todos os acusados, que estavam presentes na sala e cercados por um forte aparato de segurança, foram condenados em todas as acusações”, afirmou o juiz Yogesh Khanna, segundo um advogado dos réus, V.K. Anand.
As sentenças de Mukesh Singh, Vinay Sharma, Akshay Thakur e Pawan Gupta devem ser anunciada nesta quarta-feira. Eles podem pegar pena de morte pelas treze acusações em que foram considerados culpados, entre elas sequestro, estupro e assassinato.
Os pais da vítima, que pediram a pena de morte para os acusados em várias ocasiões, escutaram o veredicto a poucos metros do magistrado. Eles estavam visivelmente emocionados, com “lágrimas nos olhos”, segundo testemunhas presentes na sala.
Um quinto envolvido no crime, que é menor de idade, foi condenado em outro julgamento a três anos de prisão em uma unidade correcional, uma decisão que causou indignação na família da vítima e em grupos de ativistas que reivindicaram que o rapaz fosse julgado como um adulto e condenado à morte. Um sexto acusado, maior de idade, se suicidou na prisão, segundo a versão oficial.
O caso – A vítima, uma estudante de fisioterapia, retornava com um amigo do cinema no dia 16 de dezembro do ano passado e foi estuprada e torturada pelos seis homens após entrar em um ônibus em Nova Délhi. A mulher morreu 13 dias depois em um hospital de Singapura.
O ataque gerou uma onda de protestos no país asiático e levou a um profundo debate sobre a discriminação e a violência que as mulheres sofrem na Índia. Diante dos protestos, o governo foi forçado a modificar a legislação, endurecer as penas contra os crimes sexuais e criar cortes de via rápida para os casos de estupro, entre outras medidas.
Os manifestantes acusaram a polícia de omissão nos casos de violência sexual e os tribunais de não condenarem os estupradores. Desde o caso da jovem em dezembro, a Índia vive uma série de denúncias com contínuas acusações de violência sexual, que aparecem na imprensa local e internacional. As notícias afetaram o turismo no país, segundo dados oficiais e das agências de turismo.
(Com agência EFE)