Grupo de sauditas não quer mulheres ao volante
Mulheres dirigindo seriam “ameaça à estabilidade, à segurança e ao governo”
“Mulher ao volante, perigo constante”. O velho ditado machista tem outra conotação – ainda pior que a original – para um grupo de cidadãos sauditas. Para eles, o fato de mulheres dirigirem é uma ameaça que “conspira contra o Estado”. Os insatisfeitos pedem ao governo que ignore os pedidos de permissão para que as mulheres dirijam, publicou nesta quarta-feira o jornal árabe Al Hayat.
Os opositores foram à sede do Gabinete Real, na cidade saudita de Jidá, para manifestarem rejeição à campanha nas redes sociais que estimula as mulheres a dirigirem por um dia. O evento de mobilização para incentivar as mulheres a dirigirem está marcado para o próximo domingo, dia 26. Em declarações ao jornal, o membro do Conselho da Shura (de caráter consultivo e sem poder de decisão no governo), Ibrahim Abu Eba, classificou a iniciativa de “ameaça à estabilidade, à segurança e ao governo”.
Em 1990, o já falecido xeque Abdulaziz bin Baath emitiu uma medida proibindo as mulheres de dirigirem. Em setembro de 2007, um grupo de mulheres intelectuais sauditas criou a primeira associação no reino para reivindicar o direito ao volante. No reino da Arábia Saudita, é comum as autoridades prenderem as motoristas e reterem o veículo até que o marido ou responsável pela mulher infratora se apresente à delegacia e assine um documento garantindo que o desrespeito não se repetirá.
(Com agência EFE)