Governo venezuelano rejeita lei de anistia proposta pela oposição
Reunião entre situação e oposição durou mais de quatro horas. Os dois lados concordaram em criar comissão para analisar casos de tortura
Por Da Redação
16 abr 2014, 07h58
A situação e a oposição da Venezuela tiveram nesta terça-feira uma segunda reunião para tentar pôr fim à crise no país, e o governo comandado pelo presidente Nicolás Maduro rejeitou a proposta de uma lei de anistia apresentada pela delegação opositora. Segundo relatos da imprensa venezuelana, a reunião se estendeu por mais quatro horas, teve momentos de tensão e terminou tarde da noite de ontem. Um dos únicos pontos acordados foi a criação de uma Comissão da Verdade “ampla” na qual participem deputados de ambas as partes, assim como personalidades escolhidas pelos dois lados para investigar os casos de tortura e maus tratos contra manifestantes que participaram dos protestos dos últimos dois meses.
O governo também cedeu aos pedidos da oposição para a nomeação de uma junta médica para avaliar a saúde do delegado Ivan Simonovis, condenado por duas das dezenove mortes registradas durante o fracassado golpe de Estado de 2002 contra o então presidente Hugo Chávez. Segundo a oposição e o próprio delegado, através de seus advogados e familiares, sua saúde é precária e piora com as condições de reclusão.
Ao término da reunião, que contou com a presença do núncio do Vaticano e de chanceleres da União das Nações Sul-americanas (Unasul), designados para acompanhar o diálogo, os porta-vozes da oposição, Ramón Guillermo Aveledo, e do governo, o vice-presidente Jorge Arreaza, falaram com os jornalistas. “Sobre os presos políticos e os exilados é um assunto do qual ainda devemos tratar. Na próxima reunião vamos estabelecer um grupo de trabalho para ver como abordar esse tema. Nós tínhamos proposto a lei de anistia, isso não foi aceito por ora, então vamos buscar outros caminhos”, disse Aveledo.
Para o próximo encontro, ainda sem data definida, ficou estabelecido que oposição e governo falarão com as vítimas da violência e da ação policial durante a tentativa de golpe de 2002. “Chegar a essas conclusões não custou apenas algumas horas de conversa, mas dias intensos de intercâmbios, pois o caminho não é simples”, relatou Aveledo.
Segundo o vice-presidente venezuelano, Arreaza, a reunião “aconteceu como na quinta-feira passada, em bons termos, com respeito e tolerância”. A Venezuela vive uma onda de protestos antigovernamentais que até agora deixaram mais de 40 mortos, além de centenas de feridos e detidos. Os manifestantes protestam contra a violência, a altíssima inflação e por mais liberdade de expressão.
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