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Exército nigeriano mentiu sobre resgate de meninas, dizem familiares

Os militares comunicaram que apenas oito das 129 garotas sequestradas ainda eram mantidas reféns pelo grupo fundamentalista islâmico Boko Haram

Por Da Redação
17 abr 2014, 16h14

Familiares de algumas das 129 meninas sequestradas pelo grupo terrorista Boko Haram em Chibok, no Nordeste da Nigéria, acusaram nesta quinta-feira o governo e o Exército do país de mentir sobre o caso. Ontem, um comunicado emitido pelos militares afirmava que apenas oito garotas não tinham sido encontradas pelas autoridades. À rede CNN, Lawan Zanna, o pai de uma das meninas, disse que somente catorze foram resgatadas. “Estamos aflitos por causa do sequestro de nossas filhas e torcendo para que o Exército possa resgatá-las, mas ficamos chocados ao saber que os militares estão fazendo propaganda, dizendo que apenas oito não foram encontradas”, disse.

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O comissário de educação do estado de Borno, Musa Inuwa Kubo, afirmou posteriormente que trinta garotas tinham retornado para as suas casas. Mas, segundo os parentes, as meninas que reapareceram em Chibok escaparam dos terroristas por contra própria e não com a ajuda do Exército. “Para os militares que suspostamente estão procurando as nossas crianças, espalhar mentiras mostra que eles não têm intenção nenhuma de resgatá-las”, afirmou Zanna.

O comunicado do Exército dizia que o diretor da escola atacada pelo Boko Haram, Asabe Kwambura, havia confirmado o resgate da maioria das estudantes, mas o próprio educador desmentiu a informação à CNN. “Eu nunca disse nada sobre isso a ninguém”, afirmou. “Um total de catorze meninas das 129 que foram raptadas conseguiram escapar, mas o resto continua sob o poder dos sequestradores”, acrescentou Kwambura. A nota também destacava que um dos radicais havia sido capturado pelas autoridades, mas nenhuma informação concreta sobre a prisão foi divulgada até o momento pelos militares.

O pronunciamento das autoridades, agora contestado pelos familiares, foi feito após uma primeira incursão militar a uma floresta, que não encontrou pistas sobre o paradeiro das meninas. Acreditava-se que um caminhão abandonado pelos terroristas no meio da selva era uma pista sobre a rota dos radicais islâmicos. Uma das garotas que fugiu dos insurgentes disse que pelo menos dois veículos usados pelos guerrilheiros tiveram problemas mecânicos.

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A Unicef pediu a “libertação imediata e incondicional” das garotas e externou sua preocupação com “os persistentes ataques à escolas na Nigéria”. O chanceler britânico William Hague afirmou que, se o governo nigeriano julgar prudente, a Grã-Bretanha pode enviar ajuda às equipes de resgate. “Estamos prontos para fornecer o suporte necessário para o governo nigeriano assegurar que todas as crianças serão enviadas de volta às famílias em segurança e os responsáveis por este ato covarde serão levados à Justiça”, declarou Hague.

Na segunda-feira, radicais ligados ao grupo mataram mais de 70 pessoas ao explodirem uma bomba na capital Abuja. O Boko Haram, cujo nome significa “a educação ocidental é proibida” na l��ngua local hausa, lançou uma ofensiva contra instituições do governo e frequentemente volta seus atentados contra escolas e universidades. Acredita-se que o grupo matou mais de 1.500 pessoas em três estados do nordeste nigeriano somente neste ano, segundo a BBC.

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