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EUA pedem investigação ‘independente e imparcial’ sobre mortes no Egito

Secretário de Estado expressa preocupação com derramamento de sangue

Por Da Redação
27 jul 2013, 22h41

O governo americano expressou neste sábado sua “profunda preocupação com o derramamento de sangue” durante protestos no Cairo e em Alexandria, nas últimas horas. Em comunicado, o secretário de Estado John Kerry ressaltou que “em um ambiente extremamente volátil, as autoridades egípcias têm a obrigação moral e legal de respeitar o direito à manifestação pacífica e à liberdade de expressão”. Também urgiu a realização de uma investigação “independente e imparcial” sobre as mortes registradas no país.

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Entenda o caso

  1. • Na onda das revoltas árabes, egípcios iniciaram, em janeiro de 2011, uma série de protestos exigindo a saída do ditador Hosni Mubarak, há trinta anos no poder. Ele renunciou no dia 11 de fevereiro.
  2. • Durante as manifestações, mais de 800 rebeldes morreram em confronto com as forças de segurança de Mubarak, que foi condenado à prisão perpétua acusado de ordenar os assassinatos.
  3. • Uma Junta Militar assumiu o poder logo após a queda do ditador e até a posse de Mohamed Mursi, eleito em junho de 2012.
  4. • Membro da organização radical islâmica Irmandade Muçulmana, Mursi ampliou os próprios poderes e acelerou a aprovação de uma Constituição de viés autoritário.
  5. • Opositores foram às ruas protestar contra o governo e pedir a renúncia de Mursi, que não conseguiu trazer estabilidade ao país nem resolver a grave crise econômica.
  6. • O Exército derrubou o presidente no dia 3 de julho, e anunciou a formação de um governo de transição. Que não conseguiu trazer estabilidade para o país.

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O número de vítimas fatais difere de acordo com a fonte. O Ministério da Saúde fala em 65 mortos, enquanto serviços de emergência registram ao menos 72 mortes. A Irmandade Muçulmanda afirma que 66 aliados do presidente deposto Mohamed Mursi foram mortos e que 61 pessoas estão respirando por aparelhos depois de serem alvo do que descreveram como um massacre por parte das forças de segurança. “Eles não estão atirando para ferir, estão atirando para matar”, disse o porta-voz da Irmandade, Gehad el-Haddad. “Os ferimentos a bala estão na cabeça e no peito das vítimas”.

O vice-presidente interino Mohamed El-Baradei manifestou-se pelo Twitter condenando o “uso excessivo de força” e afirmou que está trabalhando para “encerrar o impasse de forma pacífica”. Enquanto isso, o ministro do Interior, Mohamed Brahmi, tentou afastar as acusações, dizendo que policiais foram feridos durante os protestos e que apenas gás lacrimogêneo foi usado para dispersar os manifestantes. “Eu gostaria de ressaltar que a força policial nunca atirou e nunca vai atirar com armas contra nenhum cidadão egípcio”, disse, em entrevista coletiva.

No entanto, contra as declarações do ministro estão testemunhos de pessoas que acompanharam a matança. Médicos ouvidos pela rede britânica BBC disseram que aproximadamente 70% dos ferimentos foram provocados por tiros, com muitas vítimas sendo atingidas por atiradores que estavam no alto de prédios.

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Um fotógrafo não afiliado à Irmandade, segundo o jornal The Guardian, disse que não viu nenhum aliado de Mursi com armas. “Eu me escondi atrás de uma árvore e tudo o que eu vi foram partidários de Mursi jogando pedras, ou fogos de artifício”.

Um dos episódios mais violentos no país desde a queda do ditador Hosni Mubarak, há dois anos e meio, ocorreu enquanto Ibrahim informava que o presidente deposto deveria ser transferido para a prisão de Torah, a mesma em que Mubarak está mantido. Mursi está detido em local não divulgado desde o dia 3 de julho, quando o Exército anunciou que ele não era mais presidente do país. Nesta sexta, um tribunal do Cairo decretou a prisão preventiva do presidente deposto.

O ministro também afirmou que os manifestantes seriam dispersados “em breve” do local de concentração, perto de uma mesquita no Cairo, e acrescentou que esperava que os partidários do ex-presidente fossem “razoáveis” e deixassem a região de forma voluntária. Sua advertência indica a possibilidade de novos confrontos.

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