Em nova sentença, Ben Ali é condenado à prisão perpétua
Ditador participou do assassinato de 43 manifestantes durante revolta popular
O ditador tunisiano deposto Zine El Abidine Ben Ali foi novamente condenado à revelia à prisão perpétua nesta quinta-feira, desta vez pela cumplicidade na morte de 43 manifestantes durante a rebelião popular que o tirou do poder, informou nesta quinta-feira o juiz Hedi Ayari, do tribunal militar da Tunísia. Ben Ali é objeto, ao lado da mulher Leila Trabelsi, de uma ordem de prisão internacional, mas a Arábia Saudita, onde está o ditador deposto, ainda não respondeu os pedidos de extradição tunisianos.
Ben Ali era julgado junto a dezenas de dirigentes de seu regime, incluindo o general Ali Seriati, ex-chefe de segurança do presidente, que recebeu uma condenação de 20 anos de prisão. Dois ex-ministros do Interior também foram julgados: Rafik Belhaj Kacem foi condenado a 15 anos e Ahmed Friaa, absolvido.
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Histórico – Derrubado por uma revolta popular, Ben Ali e sua esposa Leila foram condenados em 20 de junho de 2011 a 35 anos de prisão e a pagar uma multa de 45 milhões de euros por desvio de verbas. Em 4 de julho de 2011, o ditador foi novamente condenado a 15,5 anos de prisão e a pagar 54.000 euros em multas por posse de armas, drogas e objetos arqueológicos.
Em 28 de julho de 2011, Ben Ali foi condenado mais uma vez, recebendo a pena de 16 anos de prisão por corrupção e fraude imobiliária. Nesrine, sua filha, e Sakhr Materi, seu genro, foram punidos com 8 e 16 anos de prisão, respectivamente. Em 13 de junho de 2012, o ditador deposto foi condenado a 20 anos de prisão por “incitação à desordem, assassinatos e saques em território tunisiano”, além do pagamento de indenizações às famílias das vítimas de entre 75.000 e 100.000 euros.
No dia 13 de junho de 2012, foi sentenciado à prisão perpétua, pelo seu papel na sangrenta repressão em Thala e Kasserine, duas cidades do centro do país que foram símbolos da revolução tunisiana.
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(Com agência France-Presse)