Eleitorado feminino volta a ser foco da campanha nos EUA
Frase de Romney sobre “pastas cheias de mulheres” mobiliza redes sociais
Por Da Redação
17 out 2012, 17h44
A pergunta de uma eleitora durante o segundo debate entre Barack Obama e Mitt Romney recolocou o público feminino no foco da disputa presidencial nos Estados Unidos. A eleitora cobrou iniciativas para acabar com a desigualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho.
Para Obama, que já teve como ponto forte de sua campanha o apoio feminino, mas viu esse apoio cair nas últimas pesquisas, foi a chance de tentar recuperar o terreno perdido. Para Romney a chance também era de ouro, uma vez que o Partido Republicano tem enfrentado situações complicadas com o eleitorado feminino – incluindo o desastrado comentário sobre ‘estupro legítimo’ feito pelo candidato ao Senado Todd Akin.
No entanto, ao usar uma palavra pouco apropriada, Romney acabou vendo sua resposta dar origem a vários comentários irônicos nas redes sociais. O republicano ressaltou que, quando foi governador de Massachusetts, esforçou-se para formar um gabinete com a presença de mulheres. Para encontrar candidatas qualificadas para ocupar os postos, disse ter procurado ajuda de grupos de mulheres e recebido como resposta “pastas cheias de mulheres”.
Imagens satirizando a declaração – mostrando pastas cheias de mulheres e fichários com pernas – proliferaram pela internet. Mais de 300.000 pessoas já curtiram uma página criada no Facebook sobre a frase. O fenômeno lembra o que aconteceu no primeiro debate entre os dois presidenciáveis, quando uma declaração de Romney sobre cancelar o financiamento à rede PBS, que exibe o programa infantil Vila Sésamo, resultou em piadas sobre a demissão do personagem Garibaldo e foi usada até pela campanha democrata.
Assista ao vídeo em que Romney diz que recebeu “pastas cheias de mulheres”:
No debate desta terça Romney também defendeu que uma maior participação feminina no mercado de trabalho exige horários mais flexíveis para que as mulheres possam cuidar da família e ressaltou que 580 mil mulheres perderam seus empregos durante a administração do rival.
Obama, que teve um desempenho sofrível no primeiro debate, no início deste mês, viu o apoio feminino cair, enquanto Romney subia nas pesquisas de intenção de voto. Desta forma, a pergunta da eleitora indecisa foi recebida com um largo sorriso do presidente, que ressaltou que a questão era “muito importante”.
O democrata lembrou sua avó, que ajudou a treinar pessoas que mais tarde acabaram ocupando cargos superiores ao dela. “Ela não reclamou. Não era algo que se fazia naquela geração”, disse. E acrescentou que a equiparação salarial não diz respeito apenas às mulheres. “Essa é uma questão familiar. É uma questão da classe média. É por isso que nós temos de lutar por isso”.
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E fez acusações ao republicano, dizendo que Romney pretende eliminar o financiamento a serviços de saúde voltados às mulheres, bloquear o acesso aos contraceptivos e que seu rival era contra a equiparação.
A campanha republicana usou a TV como canal para rebater as acusações do democrata. No vídeo divulgado, uma mulher afirma que Romney não é contra a contracepção e que ele considera o aborto uma alternativa para casos de estupro, incesto ou para salvar a vida da gestante.
Constrangimento – O partido republicano teve de enfrentar uma saia justa em agosto, quando o deputado Todd Akin disse que o corpo da mulher evita gravidez em caso de estupro, o que dispensaria, em sua opinião, garantir às vítimas o direito ao aborto.
Na ocasião, Obama considerou ofensiva a afirmação do congressista. “Um estupro é um estupro. A ideia de que devemos classificar estupro por tipo não faz sentido”. O próprio Romney considerou as afirmações de Akin como “insultantes e indesculpáveis” e pressionou o congressista a abandonar disputa ao Senado.
(Com Agência France-Presse)
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