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Egito condena à morte chefe da Irmandade Muçulmana

Além de Mohamed Badie, outros 182 seguidores receberam a pena, mas especialistas afirmam que sentença deve ser revogada

Por Da Redação
21 jun 2014, 14h34

Um tribunal egípcio confirmou neste sábado a condenação à morte de Mohamed Badie, chefe da Irmandade Muçulmana, junto com outros 182 seguidores e supostos partidários do presidente islamita Mohamed Mursi, deposto pelo exército. O veredicto final, após a consulta não vinculante ao mufti, o representante do Islã ante as autoridades, é o epílogo de um julgamento em massa realizado pelo juiz Said Yussef Sabry, que proibiu o acesso da imprensa ao tribunal.

Poucas horas depois de confirmar apenas 37 condenações à morte, o juiz Sabry voltou a anunciar outras 683, e neste sábado confirmou 183 delas. Além disso, comutou a pena em prisão perpétua para quatro pessoas, entre elas duas mulheres, e absolveu 496, afirmou o procurador-geral Abdel Rahim Abdel Malek. Os cerca de 1 200 acusados nestes dois julgamentos estavam envolvidos em manifestações violentas em Minya, no centro do Egito, em 14 de agosto, no mesmo dia em que 700 manifestantes pró-Mursi morreram pelas mãos de policiais e soldados no Cairo.

Segundo a promotoria, eles eram acusados de ter assassinado dois policiais e de tentar matar outros cinco, de vandalismo e de pertencer a uma organização ilegal, alusiva à Irmandade Muçulmana, declarada terrorista e perseguida desde então. Desde a deposição e a prisão de Mursi no dia 3 de julho de 2013, o primeiro chefe de Estado eleito democraticamente no país, as forças de segurança realizam uma repressão implacável de seus partidários. Mais de 1 400 manifestantes pró-Mursi morreram e cerca de 15 000 pessoas foram detidas.

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Previsões – No entanto, tanto as 183 condenações deste sábado quanto as 37 do julgamento anterior devem ser anuladas nos tribunais de apelação ou cassação, segundo a maioria dos especialistas, já que os direitos dos réus e os procedimentos mais elementares foram ignorados. Um dos advogados da defesa, Mohamed Tossun, disse que “os advogados não puderam assistir ao processo e defender seus clientes”. Ele acrescentou ainda que “o tribunal violou o direito dos acusados a uma defesa e tomou a decisão a toda velocidade”.

Apesar disso, o fato de as penas de morte terem sido impostas em primeira instância sem provocar nenhum tipo de reação no país demonstra o clima nocivo vivido no Egito desde que Abdel Fatah al-Sissi, ex-chefe das forças armadas que derrubou Mursi, foi eleito presidente, com 96,9% dos votos.

(Com Agência France-Presse)

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