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CNT proclama oficialmente a ‘libertação total’ da Líbia

Necropsia confirmou que Kadafi morreu por um disparo de arma de fogo

Por Da Redação
23 out 2011, 12h32

Entenda o caso

  1. • A revolta teve início no dia 15 de fevereiro, quando 2.000 pessoas organizaram um protesto em Bengasi, cidade que viria a se tornar reduto da oposição.
  2. • No dia 27 de março, a Otan passa a controlar as operações no país, servindo de apoio às tropas insurgentes no confronto com as forças de segurança do ditador, que está no poder há 42 anos.
  3. • Após conquistar outras cidades estratégicas, de leste a oeste do país, os rebeldes conseguem tomar Trípoli, em 21 de agosto, e, dois dias depois, festejam a invasão ao quartel-general de Kadafi.
  4. • A caçada pelo coronel terminou em 20 de outubro, quando ele foi morto pelos rebeldes em sua cidade-natal, Sirte.

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O Conselho Nacional de Transição líbio (CNT) proclamou oficialmente neste domingo a “libertação total da Líbia” em uma grande cerimônia que acontece na Praça Tahrir, na cidade de Bengasi. O primeiro-ministro do país afirmou mais cedo que um governo interino pode ser formado dentro de um mês.

“Há conversas que começaram para formar um governo interino. Esse processo levará, eu acho, de uma semana a um mês, aproximadamente. Essa é a minha expectativa. Pode levar mais tempo, pode ser menos que isso”, afirmou Mahmoud Jibril a jornalistas. Eleições para o novo Congresso Nacional do país, que substituirá o CNT, acontecerão o mais cedo possível depois disso, disse ele.

“Declaração de libertação. Ergam suas cabeças. Vocês são livres”, declarou o vice-presidente do CNT e porta-voz das novas autoridades do país, Abdul Hafez Ghoga. “O povo líbio confirma seu respeito às leis internacionais, (sua determinação em respeitar) os interesses mútuos e em cooperar com todos os países, em particular os vizinhos da Líbia. Iniciamos uma nova fase, que exige mais responsabilidade da parte de todos. Vida longa à Revolução. Vida longa à Líbia”, acrescentou.

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Milhares de pessoas, agitando a bandeira verde, negra e vermelha da nova Líbia, se concentraram na praça central de Bengasi, segunda cidade do país. Abdul Jalil e vários altos representantes do CNT, a nova autoridade do país, estavam presentes. O CNT esperava a tomada de Sirte, último reduto pró-Kadafi, para declarar a libertação total do país, condição sine qua non para o início das negociações para formar um governo de transição. Segundo o mapa do caminho publicado em setembro, o CNT prevê a formação de um governo de transição um mês depois, no máximo, do anúncio da libertação.

Risco fundamentalista – O governo prevê organizar em oito meses a eleição de uma Assembleia Nacional que designará um comitê encarregado de redigir uma nova Constituição, e organizará eleições num prazo máximo de um ano. As múltiplas disputas dentro do CNT podem complicar as negociações para formar um novo governo. No grupo convivem liberais e islamitas, com tensões regionais, rivalidades tribais, ambições individuais e pelo controle do petróleo.

Abdel Jalil, anunciou neste domingo que a “sharia” (lei islâmica) será “a fonte do direito”. No discurso de proclamação da libertação do país neste domingo em Bengasi, ele ressaltou que “a revolução começou de maneira pacífica, mas depois teve de reagir diante da violência”. Abdel Jalil falou dessa forma sobre a repressão exercida contra os revolucionários pelo regime do coronel Muamar Kadafi, morto na quinta-feira em sua cidade natal de Sirte em uma confusa ação depois de ser capturado pelas forças do CNT.

No início do discurso, o presidente do CNT declarou que, “como nação muçulmana, a sharia será a fonte do direito e que qualquer lei que contradiga os princípios do Islã é nula para todos os efeitos”. Abdel Jalil agradeceu à Liga Árabe, às Nações Unidas e à União Europeia pelo apoio ao levante, que começou em meados de fevereiro nesta cidade do leste de Líbia.

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Kadafi – Uma necropsia confirmou que o ditador líbio Muamar Kadafi foi morto por disparo de arma de fogo, informou neste domingo a agência de notícias Reuters. “Ele morreu por uma ferida de bala”, disse um médico envolvido no exame. Ele não precisou, contudo, se o ferimento é o mesmo que pode ser visto na cabeça de Kadafi em vídeos e fotos que mostram o ditador ferido e, posteriormente, morto. “Ainda há muitos assuntos. Nós temos que passar (o relatório) para os fiscais. Mas tudo será revelado publicamente. Nada será escondido.”

A autópsia foi realizada em Misrata, a cerca de 200 quilômetros da capital Trípoli, apesar de, no sábado, o CNT haver informado que o exame não seria realizado “nem hoje, nem outro dia”. Autoridades locais disseram que o corpo de Kadafi seria levado de volta para um armazém frigorífico em um antigo mercado de Misrata, onde foi exposto ao público.

As novas autoridades líbias prometem entregar o corpo de Muamar Kadafi a seus parentes no local de seu enterro. A respeito do sepultamento houve inúmeras especulações, inclusive que seria lançado ao mar, um procedimento contrário à lei muçulmana, que diz que o corpo deve ser enterrado nas 24 horas posteriores a morte, o que também não aconteceu.

(Com agência France-Presse)

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