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China: julgamento termina com Bo Xilai negando acusações

Ex-dirigente do Partido Comunista acusado de corrupção, suborno e abuso de poder diz que evidências mostradas pela promotoria não comprovam sua culpa

Por Da Redação
26 ago 2013, 06h00

O ex-dirigente do Partido Comunista Chinês Bo Xilai, protagonista do maior escândalo político do país nas últimas décadas e levado ao tribunal por corrupção, suborno e abuso de poder nos últimos dias, atacou os promotores nesta segunda-feira, o quinto e último dia do julgamento. Além de afirmar que as evidências não comprovam a sua culpa, Bo criticou o caso por ter usado como testemunhas a sua mulher, Gu Kallai, condenada pelo assassinato do empresário britânico Neil Heywood em 2011, e Wang Lijun, ex-chefe de polícia da cidade de Chongqing, na qual o ex-político foi secretário do PC chinês.

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“Eu acredito que as acusações do Ministério Público contra mim são extremamente unilaterais, arbitrárias e subjetivas”, afirmou Bo em sua declaração final, de acordo com uma transcrição do tribunal. Apesar do fim do julgamento, o veredicto sobre o caso só deve ser anunciado nos próximos meses, em data não revelada.

Os promotores chineses disseram que Bo se recusou a assumir a culpa pelos delitos, mesmo tendo cometido crimes graves. Por isso, a promotoria apelou ao tribunal para impor sanções pesadas, argumentando que ele havia desmentido as declarações anteriores feitas durante a investigação. “Os crimes cometidos pelo réu são extremamente graves e ele se recusou a admitir a culpa. Não há base legal para a clemência”, afirmou a promotoria.

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No último dia de julgamento, Bo voltou a criticar os depoimentos de Gu e Wang, como já havia feito em audiências anteriores – ele chegou a afirmar que a mulher, que confirmou as acusações, tinha enlouquecido. Wang afirmou que foi afastado do seu cargo na polícia depois de ter levantado suspeitas do envolvimento da mulher de Bo na morte de Heywood. A promotoria alegou que Bo demitiu Wang porque o então chefe da polícia queria reabrir uma investigação sobre a morte do empresário.

Por sua vez, Bo disse que Wang foi demitido porque era um chefe de polícia antiético. “Wang Lijun disse mentira sobre mentira. Usar o seu testemunho para provar que eu sou culpado não é credível”, criticou. “O real motivo de sua deserção foi que ele prejudicou a minha família”, afirmou.

Romance – Pela primeira vez, Bo também argumentou que Wang e Gu tiveram um relacionamento amoroso, e os dois haviam ocultado informações importantes dele. “Ele e Gu Kailai eram como cola e tinta”, disse, usando uma expressão chinesa para um relacionamento romântico.

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Em relação a alegações separadas de que aceitou subornos, Bo disse: “isso é inventado”. Os promotores alegam que Bo, “por conta própria ou com a ajuda de sua esposa e seu filho Bo Guagua”, aceitou dinheiro, viagens e outros presentes de empresários chineses.

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Durante o julgamento, o acusado também desmentiu um testemunho escrito anterior de que ele havia dado para os investigadores. O documento mostrava que Bo expressou arrependimento por seus atos. “Eu fiz isso contra a minha vontade”, disse ele sobre a suposta confissão. Ele acrescentou que “naquele tempo eu ainda tinha a esperança de que iria manter a minha filiação partidária” e conseguiria manter a vida política – o ex-político acabaria expulso do PC chinês após perder seus cargos.

Respeito – Curiosamente, Bo Xilai agradeceu ao tribunal e disse que os promotores trabalharam duro para reunir provas contra ele. “Eu respeito o trabalho deles e este tem sido um caso muito complicado”, disse. “Mas quanto disso realmente pertence a mim?”, buscou contrariar as alegações da acusação.

Embora especialistas na política chinesa acreditem que o julgamento deve resultar na condenação de Bo porque o partido controla os tribunais, o processo está sendo observado com atenção pois pode mostrar como as autoridades comunistas lidam com um caso de acusações contra um político que costumava ser muito popular no país. Antes de ser retirado de suas posições no ano passado, Bo era visto como sério candidato à cúpula do Partido Comunista e aos mais altos cargos da China.

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(Com Estadão Conteúdo)

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