Chefes de espionagem dos EUA depõem ao Congresso
Keith Alexander, diretor da NSA, James Cole, secretário-adjunto de Justiça, e outros dois funcionários irão depor em uma audiência pública em Washington
Os chefes das agências de espionagem dos EUA voltam nesta terça-feira ao Congresso para depor, desta vez diante da indignação de aliados europeus, sobre a informação de que cidadãos e governantes tenham sido monitorados. Os diretores das agências de inteligência já prestaram depoimento ao Congresso semanas atrás, quando foi revelado que a Agência de Segurança Nacional americana (NSA, na sigla em inglês) havia recolhido informações sobre telefonemas e comunicações digitais de milhões de cidadãos americanos.
A Casa Branca esta revendo o funcionamento dos programas de inteligência depois dos vazamentos de informações sigilosas feitos por Snowden, que hoje está asilado na Rússia. O diretor da NSA, general Keith Alexander, seu adjunto, Chris Inglis, o diretor de Inteligência Nacional, James Clapper, e o secretário-adjunto de Justiça, James Cole, vão depor em uma audiência pública na Comissão de Inteligência da Câmara a partir das 13h30 (15h30 em Brasília), em Washington.
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O depoimento abrangerá os programas da NSA e potenciais mudanças na Lei da Vigilância de Inteligência Estrangeira, que regulamenta a espionagem eletrônica. “A Comissão de Inteligência da Câmara continua a avaliar propostas para melhorar a transparência e fortalecer a proteção à privacidade de modo a aprimorar a confiança do público americano em nossos programas (de monitoramento)”, disse Susan Phalen, porta-voz do presidente da comissão, o deputado republicano Mike Rogers.
Reformas da inteligência – Nesta segunda-feira, reportagem do jornal The New York Times afirmou que o presidente Barack Obama deve ordenar a NSA que suspenda qualquer tipo de espionagem de chefes de estados estrangeiros aliados dos Estados Unidos. A decisão, não confirmada oficialmente pelo governo, seria uma resposta à crise diplomática aberta nas últimas semanas com tradicionais aliados de Washington na Europa.
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As novas revelações feitas pela imprensa europeia a partir de dados vazados pelo ex-analista Edward Snowden obrigaram a Casa Branca a prometer reformas e até mesmo a admitir que a vigilância eletrônica americana foi longe demais. “Reconhecemos que precisa haver restrições sobre como usamos os serviços de inteligência”, disse o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, na segunda-feira.
A senadora Dianne Feinstein, presidente da Comissão de Inteligência do Senado, somou-se aos críticos, recriminando a coleta de informações sobre aliados e o fato de sua comissão não ter sido avisada. “A respeito da coleta de inteligência da NSA sobre líderes de aliados dos EUA – incluindo França, Espanha, México e Alemanha -, deixe-me declarar inequivocamente: sou totalmente contra”, disse Dianne.
(Com agência Reuters)