Chavistas agora ameaçam deputada opositora
Assembleia dominada por deputados governistas solicitou que o Ministério Público investigue María Corina Machado
A maioria chavista do Parlamento venezuelano solicitou nesta terça-feira que o Ministério Público investigue a deputada opositora María Corina Machado a fim de retirar sua imunidade parlamentar e julgá-la por envolvimento nas mortes ocorridas nos protestos que vêm sacudindo o país.
Essa é a primeira ofensiva do governo contra um político da oposição desde a prisão do dirigente Leopoldo López, em fevereiro. “Que (Machado) pague perante a Justiça venezuelana pelos crimes cometidos neste país”, disse o presidente do Parlamento, o governista Diosdado Cabello, no mesmo dia em que se completava um mês da detenção sem provas de Leopoldo López em uma prisão militar.
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Cabello acusou Machado de “cúmplice e incitadora” dos assassinatos registrados nas manifestações desde o dia 12 de fevereiro, quando começou uma onda de protestos contra o governo do presidente Nicolás Maduro.
Machado reagiu afirmando que convocou “protestos pacíficos” e que será deputada “enquanto o povo quiser”. “Se acreditam que vão me calar com ameaças e retirando minha imunidade (parlamentar), não me conhecem”.
Machado, Leopoldo López e o prefeito metropolitano de Caracas, o também opositor Antonio Ledezma, convocaram os venezuelanos a protestar contra governo, em 12 de fevereiro, de forma pacífica. Essa manifestação, que coincidiu com uma marcha de estudantes, acabou deixando três mortos. Seis agentes de inteligência do Exército foram presos por suspeita de participação. Após esse episódio, os protestos contra as políticas de Maduro se espalharam pelo país, que desde então vem sendo palco manifestações diárias. Até o momento, 29 pessoas morreram e centenas ficaram feridas.
As vítimas dos protestos na Venezuela
(Com agências EFE e France-Presse)