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Brasileiro no Vietnã: “A população está agitada, mas não há pânico”

Em entrevista ao site de VEJA, o cônsul Mauricio Alves relata que o hotel onde estava hospedado foi evacuado neste sábado para a chegada do tufão Haiyan, que matou mais de 1 200 pessoas nas Filipinas

Por Marcella Centofanti
9 nov 2013, 16h52

O supertufão Haiyan mudou os planos do arquiteto paulista Mauricio Alves, de 41 anos, cônsul do Brasil no Vietnã, para este fim de semana. Na última sexta-feira, Alves saiu de Ho Chi Minh (antiga Saigon), onde vive há oito anos, para trabalhar em Hoi An, a cerca de 600 quilômetros de sua cidade de origem.

Na manhã deste sábado (horário local), Alves foi comunicado de que o resort onde se hospedava seria evacuado. Hoi An, uma das principais cidades turísticas do Vietnã, considerada Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), estava na rota do ciclone que matou estimados 1 200 filipinos no dia anterior. A previsão é de que a tempestade chegue à costa vietnamita na manhã da próxima segunda-feira (horário local), com ventos de 63 a 117 quilômetros por hora.

Alves conversou por telefone com o site de VEJA.

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A força dos ventos

Veja como se classificam os ciclones

  • Categoria Velocidade do vento (km/h)
  • Ciclone de categoria 5 ≥ 250
  • Ciclone de categoria 4 210-249
  • Ciclone de categoria 3 178-209
  • Ciclone de categoria 2 154-177
  • Ciclone de categoria 1 119-153
  • Tempestade tropical 63-117
  • Depressão tropical 0-62

Como está o ambiente no país?

A população está agitada, mas não há pânico. Como o Vietnã tem em média doze a dezenove tufões por ano, especialmente no segundo semestre, as pessoas estão acostumadas. O hotel onde eu estava hospedado, por exemplo, tinha uma espécie de brigada preparada para agir em caso de tempestades. Simples, mas eficiente.

De que forma o hotel foi evacuado?

Fiz o check-in na sexta à noite, já sabendo que o tufão poderia estar vindo nessa direção. No sábado de manhã, o governo mandou evacuar a área nos arredores de Hoi An. Os primeiros hóspedes deixaram o resort por volta das 11h. Vi vietnamitas, americanos, australianos e japoneses entre eles. Eu fui embora na segunda leva, às 16h, transferido para Da Nang, uma cidade vizinha e fora de perigo.

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Como os vietnamitas estão se preparando para o tufão?

No hotel, funcionários colocaram sacos de areia sobre o telhado, pregaram tapumes no restaurante e vedaram janelas com toalhas. Eles trancaram todas as portas e cortaram o fornecimento de energia para evitar possíveis incêndios e estragos de equipamentos. Vi que as pessoas também protegiam os telhados de suas casas com sacos de areia. A população está respeitando a recomendação do governo de não sair de casa. À tarde, quando deixei o hotel, as ruas estavam praticamente vazias.

Leia também:

Tufão Haiyan deixa rastro de destruição nas Filipinas

Vietnã se prepara para chegada do tufão Haiyan

Nos oitos anos em que mora no Vietnã, essa é a maior tempestade que viu ameaçar o país?

Em Ho Chi Minh, onde vivo, no sul do Vietnã, não tem tufão, mas as tempestades tropicais são frequentes e causam bastante dano, como alagamentos e quedas de árvores centenárias. Os tufões costumam atingir o centro do país, onde fica Hoi An. Ali já vi o vento e a água destruir casas. Mas eu nunca tinha precisado mudar de cidade por causa de uma tempestade.

Há quantos dias a população está em estado de alerta?

Desde a semana passada, há avisos de tufão. Era esperada uma grande tempestade, que não aconteceu. Na TV, no rádio e na internet não tem outro assunto. As pessoas estão muito atentas e só falam sobre isso, mas não vi ninguém perder a calma. As últimas notícias são de que o tufão agora segue em direção ao norte do país, onde está a capital, Hanói.

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Tem recebido muitos telefonemas do Brasil?

Duas ou três pessoas ligaram. Ainda bem que minha mãe não está por dentro do noticiário.

Relembre alguns dos principais ciclones da história

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