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Bombardeio israelense atinge escola da ONU e deixa 17 mortos e 200 feridos

Segundo um porta-voz da organização, o Exército israelense foi avisado sobre os civis na escola. Um pedido para a evacuação do local teria sido ignorado

Por Da Redação
24 jul 2014, 13h02

Pelo menos dezessete civis morreram nesta quinta-feira, entre eles várias crianças, e mais de 200 ficaram feridos em um bombardeio de Israel que atingiu uma escola da Agência das Nações Unidas para os refugiados Palestinos (UNRWA, na sigla em inglês) na cidade de Beit Hanoun, no norte de Gaza. Israel sabia que a escola da ONU em Beit Hanoun servia como abrigo para civis na Faixa de Gaza, acusou o porta-voz da UNRWA, Chris Gunness, segundo o jornal The Times of Israel. De acordo com um porta-voz do Exército, o Hamas impediu os civis de evacuarem a escola que vinha sendo usada como abrigo.

“Precisas coordenadas do abrigo da UNRWA em Beit Hanoun foram formalmente entregues ao exército israelense”, escreveu Gunness em seu Twitter após saber do bombardeio à escola. “Ao longo do dia, a UNRWA tentou coordenar com o Exército israelense uma janela para retirar os civis, mas a licença não foi concedida”, acrescenta Gunness. “Estão nos matando, não podemos fugir”, disse aos gritos à reportagem da agência EFE uma mulher enquanto segurava nos braços um bebê de poucos meses de vida e com as roupas manchadas de sangue de seu irmão, morto no ataque.

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Um dos médicos do hospital Al Garbiye afirmou que quatro corpos mutilados, dois deles de crianças, tinham sido levados ao necrotério, e que os demais foram transportados a outros hospitais da região, como o Aouda, que fica perto do campo de refugiados de Jabalia. O hospital Al Shifa recebeu os casos mais graves, acrescentou o médico, entre o frenesi das ambulâncias que entravam e saíam e os lamentos das dezenas de mulheres e meninas que se refugiavam na escola antes do bombardeio.

“O número de mortos até agora é de 17, e o de feridos é de cerca de 200, mas eles podem aumentar nas próximas horas devido à gravidade de alguns pacientes”, contou um dos médicos do hospital Al Garbiye. Nas vazias ruas da zona norte da cidade, em plena linha de combate, o tráfego de ambulâncias era intenso em um cenário de edifícios destruídos.

Esta é a segunda vez que as tropas israelenses atacaram uma escola da ONU nos últimos três dias. Na terça-feira, elas destruíram parte das instalações de uma que fica no sul da Cidade de Gaza, embora naquela ocasião não tenham deixado vítimas, já que ao perceber a proximidade dos tanques israelenses, o diretor da escola decidiu evacuar as 1.700 pessoas que se refugiavam nela.

Na semana passada, porém, cerca de 20 foguetes foram encontrados em uma escola da ONU na Faixa de Gaza, confirmou a organização. A UNRWA, em nota, comunicou que as armas foram encontradas “durante uma inspeção regular de nossas instalações”, acrescentando que a escola estava vazia. Na mesma nota, a ONU condenou veementemente “o grupo ou os grupos responsáveis ​​por colocar as armas” em uma de suas instalações.

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O ataque desta quinta ocorreu 24 horas depois de o Conselho de Direitos Humanos da ONU ter advertido que há indícios de que Israel está cometendo crimes de guerra e de ter aprovado, com a rejeição dos Estados Unidos, a formação de uma comissão para investigar o conflito nas áreas de combate.

Vítimas – Nesta quinta, o leste da cidade de Khan Yunes, no sul da Faixa de Gaza, foi submetido a intensa artilharia de tanques e aviões israelenses, o que levou ao êxodo da população e causou a morte de 26 pessoas, a maioria civis, em apenas 24 horas. A infantaria israelense está enfrentando forte resistência das milícias palestinas no local. Desde que Israel começou sua ofensiva militar contra a Faixa de Gaza no início deste mês, pelo menos 725 palestinos morreram, entre eles muitas mulheres e crianças. Os palestinos feridos passam das 4.300 pessoas. Do lado israelense, 35 pessoas morreram. A comunidade internacional intensifica os esforços diplomáticos para um cessar-fogo, mas as negociações até agora não resultaram em uma trégua.

O Hamas costuma ameaçar as pessoas que tentam fugir dos locais dos bombardeios justamente para tentar fazer com que as imagens de vítimas civis choquem o mundo. Em pelo menos uma dessas oportunidades, a Força Aérea israelense suspendeu um ataque depois que dezenas de civis subiram em um prédio que seria bombardeado. Os civis estavam sendo usados como escudos-humanos para proteger instalações do Hamas. A Faixa de Gaza é uma área de 362 km² (menor que a Zona Sul de São Paulo ou do Rio), densamente povoada, onde vivem 1,8 milhão de pessoas em meio à miséria, submetidas ao comando do Hamas.

(Com agência EFE)

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