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Bispo perdulário alemão se encontra com o papa

Franz-Peter Tebartz-van Elst gastou mais de 90 milhões de reais em residência

Por Da Redação
21 out 2013, 14h33

O papa Francisco se encontrou na manhã desta segunda-feira com Franz-Peter Tebartz-van Elst, o “bispo esbanjador” de Limburg que escandalizou os católicos alemães ao gastar mais de 90 milhões de reais em sua residência episcopal.

O Vaticano não divulgou detalhes do encontro, que durou apenas 20 minutos. Segundo a revista alemã Der Spiegel, um colaborador do papa disse após o encontro que Francisco não gosta do “sacerdócio principesco”.

O bispado de Limburg se limitou a comentar que achou o encontro “encorajador”. Tebartz-van Elst, que aguardou oito dias em Roma até ser recebido pelo papa, compareceu ao encontro acompanhado de Joachim Meisner, cardeal da arquidiocese de Colônia e seu superior.

O escândalo envolvendo a gastança de Tebartz-van Elst ocorre justamente no momento em que Francisco vem reiterando seus pedidos por uma Igreja mais humilde.

Na semana passada, Francisco já havia recebido outros membros proeminentes da Igreja alemã para abordar o escândalo dos gastos em Limburg, entre eles, Robert Zollitsch, presidente da Conferência Episcopal Alemã, que reprovou publicamente o bispo perdulário.

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Repercussão – O escândalo estourou há cerca de dez dias, quando a imprensa alemã revelou que o Vaticano havia iniciado uma investigação contra Franz-Peter Tebartz-van Elst, de 53 anos, que está à frente da diocese de Limburg, na região oeste da Alemanha, desde 2008.

Logo foi revelado que a obra da residência episcopal, inicialmente orçada em 5,5 milhões de euros (cerca de 16 milhões de reais), havia consumido mais de 31 milhões de euros (mais de 90 milhões de reais). Fontes da área de construção consultadas pela Der Spiegel afirmaram que pedidos especiais do bispo, como uma banheira de 15 mil euros (44 mil reais), contribuíram de forma significativa para o aumento dos custos.

O escândalo envolvendo o bispo teve ainda mais repercussão porque o orçamento das igrejas na Alemanha depende em grande parte do dízimo que é recolhido diretamente de um imposto religioso.

Os contribuintes alemães pagam de 8 a 9% da fatura final de seus impostos de renda para as igrejas. É possivel não pagar, mas para isso, os contribuintes têm de se declarar não religiosos e perdem os diretos dos serviços da igreja (casamento, batizado, etc). Essa forma de cobrança foi instituída no século XIX, como meio de compensar as igrejas protestante e católica por uma série de confiscos de propriedades. Só em 2012, esse imposto rendeu mais de 5 bilhões de euros para a Igreja Católica e 4,6 bilhões para os protestantes no ano passado.

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Após o escândalo envolvendo o bispo de Limburg, outras dioceses resolveram divulgar publicamente seus orçamentos como o objetivo de dar maior transparência para seus gastos.

A diocese de Colônia, tida como a mais rica da Europa, anunciou na terça-feira passada que suas reservas ultrapassaram os 166 milhões de euros (quase 490 milhões de reais) no ano passado. Já o bispo Karl-Heinz Wesemann, da cidade de Spira, revelou uma reserva de 46,5 milhões de euros. A pequena diocese de Trier, a mais antiga da Alemanha, tem uma reserva de 84 milhões de euros e afirma ter usado parte do dinheiro para pagar indenizações a vítimas de abuso sexual.

Trier tem uma reserva de 84 milhões de euros e afirma ter usado parte do dinheiro para pagar indenizações a vítimas de abuso sexual.

A mansão episcopal construída pelo bispo em Limburg. Custo total passou de 90 milhões de reais
A mansão episcopal construída pelo bispo em Limburg. Custo total passou de 90 milhões de reais (VEJA)
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