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Autoridades internacionais comentam a renúncia do papa

Em comunicado, Bento XVI anunciou que renunciará ao pontificado em 28 de fevereiro devido à idade avançada

Por Da Redação
11 fev 2013, 09h25

Diversas autoridades ao redor do mundo se manifestaram após o papa Bento XVI, de 85 anos, ter anunciado, nesta segunda-feira, que renunciará ao pontificado em 28 de fevereiro deste ano. O primeiro-ministro italiano, Mario Monti, afirmou, durante um congresso em Milão, que está “muito alterado” pelo anúncio e que não estava ciente sobre a decisão do papa. “Soube dessa notícia há um minuto”, disse. Segundo o primeiro-ministro, ele não tem o poder de comentar se essa renúncia pode ou não alterar a relação entre o governo da Itália e o Vaticano. O presidente italiano, Giorgio Napolitano, considerou que trata-se de um ato “de grande coragem e generosidade” e que merece ser respeitado.

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O presidente americano, Barack Obama, afirmou na tarde desta segunda que seu “apreço e orações” estão com o papa. “A Igreja tem um papel crítico nos Estados Unidos e no mundo, e eu desejo o melhor àqueles que em breve vão se reunir para escolher o sucessor de Sua Santidade”, escreveu em comunicado.

A chanceler alemã, Angela Merkel, considerou que Bento XVI, que nasceu na Alemanha, tomou uma “decisão difícil” e que deve ser respeitada. “Muitos vão entender que até o papa tem que lidar com o peso da idade”, disse. Merkel ainda elogiou o papel do papa em favor do diálogo entre as religiões Católica, Judaica e Mulçumana.

Mais cedo, um porta-voz do governo alemão afirmou que as autoridades políticas do país têm “o mais alto respeito pelo Santo Padre, pelo que ele realizou e por suas contribuições ao longo de sua vida à Igreja Católica. Ele tem sido o líder da Igreja Católica por quase oito anos. Ele deixou uma marca muito pessoal como pensador e líder da Igreja, e também como pastor. Quaisquer que tenham sido as razões para essa decisão, ela precisa ser respeitada.”

O presidente francês, François Hollande, declarou apenas que a decisão do papa “tem de ser respeitada”. David Cameron, primeiro-ministro britânico, destacou que Bento XVI trabalhou “incansavelmente para fortalecer as relações entre Grã-Bretanha e Santa Sé” e afirmou que a visita do papa à Inglaterra em 2010 é lembrada com muito respeito e afeto. “Ele fará falta como um líder espiritual de milhões de pessoas.”

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Apesar das várias críticas proferidas ao Vaticano nos últimos anos em razão de sua resposta aos escândalos sexuais envolvendo padres na Irlanda, o primeiro-ministro irlandês, Enda Kenny, afirmou que Bento XVI foi uma “liderança forte”. “A renúncia é claramente uma decisão tomada após profunda reflexão e oração. Ela reflete o profundo senso de dever do papa com a igreja”, disse.

Brasil – O secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Leonardo Steiner, disse que a notícia da renúncia também foi recebida com surpresa pelos católicos do país. “Surpresa é a expressão para dizer que não esperávamos um gesto tão importante dentro da Igreja, apesar de sabermos que não é o primeiro papa que renuncia. Se dissemos que João Paulo II foi o papa da paz, provavelmente o futuro no dirá que Bento XVI foi o papa do amor. Ele muitas vezes falou da civilização do amor e falou aos jovens da necessidade de amar e de testemunhar a fé como caridade”, disse.

Em nota oficial, a Arquidiocese de Brasília disse que confirmou a informação sobre a renúncia com o o cardeal Dom João Braz de Aviz, diretamente de Roma. “Convidamos toda a Arquidiocese para estar em oração com o Santo Padre nesse momento em que a Igreja mais precisa do seu Pastor”, afirmou o padre José Emerson Barros Cabral, que assina o documento.

América Latina – O arcebispo de Santiago, dom Ricardo Ezzati, disse que os anos que Bento XVI passou à frente da Igreja Católica foram uma “benção”. “Sua eleição causou-me grande alegria. Acompanhamos com orações agora sua renúncia e invocamos ajuda espiritual para os cardeais que vão eleger um novo papa, para que eles tenham as luzes necessárias para encontrar essa pessoa”, afirmou.

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O presidente da Conferência Episcopal da Venezuela (CEV), Diego Padrón, disse que o papa Bento XVI dá “um bom exemplo” ao renunciar. “Ele está mostrando que não é o poder pelo poder. Isso significa que a Igreja não é governada apenas por homens, mas é governado por Cristo”, afirmou.

O arcebispo de Lima, cardeal Juan Luis Cipriani, classificou a decisão do papa como um ato de humildade. “A mensagem que fica é de um homem que coloca o dever de servir a Deus acima de sua própria pessoa. É necessária muita força para tomar essa decisão”, afirmou.

Líderes religosos – O líder da Igreja Católica na Inglaterra e no País de Gales, o arcebispo Vincent Nichols, declarou que o anúncio do papa foi “chocante e surpreendeu a todos”, mas ressaltou a coragem do pontífice em tomar tal decisão. “O santo padre reconhece os desafios enfrentados pela Igreja e que a força da mente e do corpo é necessária para governar e anunciar o Evangelho. Peço às pessoas de fé para manter o papa Bento XVI em suas orações”, afirmou. Justin Welby, nomeado no fim do ano passado arcebispo de Canterbury, chefe da Igreja Anglicana, afirmou ter recebido a notícia com “o coração pesado, mas totalmente com total compreensão”.

O cardeal da Escócia Keith O’Brien disse que está “chocado e entristecido” com o anúncio. “Eu sei que a sua decisão foi tomada com muito cuidado e veio depois de muita oração e reflexão. Eu vou oferecer minhas orações a Bento XVI e convocar a comunidade católica escocesa para se juntar a mim”. O cardeal também afirmou que espera contar com as orações dos católicos de todo o mundo para os cardeais eleitores que se preparam para ir a Roma “a fim de participar do conclave, que será convocado para eleger um sucessor do papa”.

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Tomothy Dolan, cardeal e presidente da Conferência dos Bispos dos Estados Unidos, não poupou elogios ao pontífice: “Ele unificou os católicos e estendeu a mão a grupos separatistas na esperança de trazê-los de volta à Igreja. Ele falou aos pobres do mundo e pregou a paz entre as nações.”

Judaísmo – O rabino-chefe israelense, Yona Metzger, elogiou Bento XVI, disse que a relação entre Israel e o Vaticano nunca havia sido tão boa e lhe desejou uma boa saúde. “Eu acredito que ele merece muito crédito para o avanço das relações inter-religiosas em todo o mundo e entre o judaísmo, o cristianismo e o islamismo”, disse um porta-voz de Metger.

*Texto atualizado às 16 horas

(Com agências Reuters, EFE e Estadão Conteúdo)

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