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Argentinos relembram arcebispo que iniciou pontificado nesta terça

Moradores de Buenos Aires contam histórias sobre o ex-arcebispo Jorge Mario Bergoglio e dizem o que esperam do papa Francisco

Por Cecília Araújo, de Buenos Aires
19 mar 2013, 16h36

Em meio aos milhares de argentinos que celebraram a eleição do papa Francisco, na última semana, alguns tinham lembranças especiais do ex-arcebispo de Buenos Aires Jorge Mario Bergoglio. Entre eles o casal José Roberto Abdala, de 67 anos, e Maria Ines Abdala, de 65 anos, cujo matrimônio foi celebrado por Bergoglio em dezembro de 1977.

José Roberto diz que Bergoglio era um sacerdote “de muito prestígio” à época, e preocupado com a motivação do casal para a união. Tanto que perguntou aos dois por que queriam se casar na igreja. “Eu expliquei que minha formação e de minha noiva havia sido em colégio católico e que gostaríamos que, quando tivéssemos filhos, eles também crescessem em contato com a religião”, descreve Abdala. “A mensagem que ele queria nos passar era que a escolha de se casar diante de Deus é algo que tem que vir de um sentimento genuíno, não só da tradição”, completa ele.

Uma formação católica também foi o que Gabriela Calderón de la Barca, de 101 anos, quis proporcionar à família. Todos os seus 11 filhos e 52 netos estudaram em colégios católicos e participaram de atividades em congregações e paróquias ao longo da vida. Gabriela acompanhou o papado de nove pontífices (desde Pio X) antes de ver o anúncio da eleição de Bergoglio. Ela disse ter ficado “absorta, impressionadíssima” com o anúncio que, em sua opinião, representa uma honra para os argentinos – mesmo que, ao se tornar papa, ele tenha deixado de ter nacionalidade.

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Gabriela avalia que o estilo de Francisco aproxima as pessoas. “Outros papas não nos interpelavam com tamanha força, com tamanha simplicidade. E pensar o quanto os Kirchner depreciaram Bergoglio. Desde 2004, em todas as festas pátrias de 25 de maio eles iam a outras igrejas no interior do país só para não ter de ouvi-lo”.

Um de seus filhos, José Zimmermann, de 65 anos, acredita que o papa Francisco, como jesuíta, “terá um papel muito importante na evangelização dos que se dizem católicos, mas não tratam a religião com a devida profundidade”. “Ele vai ajudar a difundir a doutrina a essas pessoas e fazê-las recuperar sua fé. Bento XVI já dizia que é preciso recuperar a alegria de Cristo. Acho que Francisco fará isso sendo o papa do coração”.

Angeles Zimmermann, de 25 anos, lembra do contato que teve com o antecessor Bento XVI e diz o que espera do novo papa. “João Paulo II conseguiu alcançar os jovens com seu carinho. Bento XVI encontrou esse caminho feito e veio nos trazer a doutrina. Ele dizia que Deus é amor pela profundidade. Eu podia ler sua homilia mil vezes e ainda descobrir coisas novas. Tive oportunidade de ouvi-lo pessoalmente duas vezes em Jornadas da Juventude e me impressionei muito com suas palavras. Já Francisco vem nos ensinar a sua simplicidade. Uma amiga do trabalho cruzava com ele no metrô, ou seja, ele é um de nós. Agora, com o peso de ter sido eleito para nos guiar”.

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Para a família católica de Gabriela, o casal Abdala ou os 36 milhões de católicos argentinos, restará acompanhar, a partir de agora, não mais o trabalho de um compatriota, mas o do servo dos servos de Deus, que terá de cuidar de um rebanho formado por 1,2 bilhão de fiéis – e tratar de aumentá-lo.

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O pontificado de Francisco teve início oficialmente nesta terça-feira, quando foi celebrada a missa inaugural de seu papado. Em Buenos Aires, milhares de pessoas fizeram uma vigília desde a véspera, na Praça de Maio, em frente à Catedral Metropolitana. Em resposta, receberam uma mensagem do novo papa, dizendo: “Não se esqueçam deste bispo que está longe, mas que gosta muito de vocês. Rezem por mim”.

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