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Arábia Saudita libera voto e elegibilidade para as mulheres

Por Por Assaad Abboud
25 set 2011, 14h24

O rei Abdullah da Arábia Saudita garantiu, este domingo, o direito feminino ao voto e à disputa de eleições municipais, um feito inédito para o país ultraconservador, onde as mulheres são sujeitas a muitas restrições.

“A partir da próxima legislatura, as mulheres terão o direito de disputar eleições municipais e escolher candidatos, segundo os princípios islâmicos”, afirmou, em um discurso no Conselho da Shura, transmitido ao vivo pela televisão estatal.

Ativistas dos direitos das mulheres há tempos lutavam pelo direito ao voto feminino neste reino do Golfo, que segue uma versão estrita do Islã sunita e proíbe as mulheres de dirigir ou viajar sem o consentimento de um guardião masculino.

Manal al-Sharif, uma consultora de segurança informática de 32 anos, detida em 22 de maio por 10 dias após publicar no site YouTube um vídeo no qual ela aparecia circulando de carro na cidade de Khobar, disse à AFP que a decisão do rei foi “histórica e corajosa”.

“O rei é um reformista”, disse ela a respeito do monarca de 86 anos, cujo país foi poupado da ‘Primavera Árabe’, como ficou conhecida a onda de protestos que sacudiram a região e varreram os regimes autocráticos da Tunísia e do Egito.

A decisão real significa que as mulheres poderão participar das eleições previstas para daqui a quatro anos, uma vez que o próximo pleito será disputado na quinta-feira e as indicações já estão fechadas.

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Além de participar das listas públicas únicas no país, as mulheres também teriam o direito de ingressar no Conselho (consultivo) da Shura, cujos membros são todos nomeados, afirmou o rei no discurso de inauguração da nova legislatura do conselho.

“Nós decidimos que as mulheres vão participar no Conselho da Shura como membros a partir da próxima legislatura”, disse o rei em um movimento inesperado de apoio à emancipação feminina.

Na próxima quinta-feira, mais de 5.000 homens disputarão as eleições municipais, as segundas da história da Arábia Saudita, para preencher a metade das cadeiras dos 285 conselhos municipais do reino. A outra metade é indicada pelo governo.

As primeiras eleições foram celebradas em 2005, mas o governo estendeu a legislatura do atual conselho por dois anos.

O rei Abdullah disse que tomou esta decisão porque “nos recusamos a marginalizar o papel da mulher na sociedade saudita em todos os campos” e após “consultas com vários estudiosos”.

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Ele não mencionou qualquer coisa sobre o direito das mulheres de dirigir no reino, onde elas precisam contratar motoristas homens ou depender da boa vontade de parentes se não tiverem os meios de fazê-lo.

No entanto, ele disse que “modernização equilibrada de acordo com nossos valores islâmicos é uma demanda necessária em uma época em que não há lugar para aqueles que hesitam” em seguir adiante.

A Arábia Saudita viu muitas mudanças desde que Abdullah subiu ao trono em 2005.

Norah al-Fayez, que foi indicada ao posto de vice-ministra da Educação para a educação feminina, em 2009, foi a primeira mulher nomeada para um cargo ministerial no país.

Em maio, mais de 60 intelectuais e ativistas pediram um boicote da votação desta semana porque “os conselhos municipais não têm a autoridade para exercer seu papel efetivamente” e “a metade de seus membros são indicados”, além de excluírem as mulheres.

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Segundo fontes oficiais, o Conselho da Shura recomendou permitir o voto feminino nas próximas eleições locais.

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