Alto funcionário do governo sírio é morto em Damasco
Morte de Ali Ballan ocorreu em bairro com esquema de segurança reforçado
Um alto funcionário do governo sírio foi assassinado no bairro de Mazé, oeste da capital Damasco, que conta com segurança reforçada por abrigar prédios do governo e a sede do serviço de inteligência. O funcionário é Ali Balan, diretor de relações públicas do Ministério de Assuntos Sociais e membro do Comitê Sírio de Socorro. Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), ONG opositora que tem sede na Grã-Bretanha e baseia suas informações em uma rede de opositores na Síria , quatro homens invadiram um restaurante e mataram Balan.
Entenda o caso
- • Durante a onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março de 2011 para protestar contra o governo do ditador Bashar Assad.
- • Desde então, os rebeldes enfrentam forte repressão pelas forças de segurança. O conflito já deixou dezenas de milhares de mortos no país, de acordo com levantamentos feitos pela ONU.
- • Em junho de 2012, o chefe das forças de paz das Nações Unidas, Herve Ladsous, afirmou pela primeira vez que o conflito na Síria já configurava uma guerra civil.
- • Dois meses depois, Kofi Annan, mediador internacional para a Síria, renunciou à missão por não ter obtido sucesso no cargo. Ele foi sucedido por Lakhdar Brahimi, que também não tem conseguido avanços.
Rami Abdul Rahman, fundador da ONG, classificou o crime de “assassinato político”, segundo informações que obteve de fontes médicas e moradores. Já a agência oficial Sana fez um registro conciso sobre a morte, apontando que “terroristas” – como o governo se refere aos rebeldes – atiraram em Balan “quando ele estava em um restaurante, causando seu martírio”, informou o jornal The New York Times.
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Crise humanitária – Na quinta-feira, o Conselho de Segurança da ONU chegou a um raro consenso em um comunicado condenando a situação no país. “A escalada da violência é completamente inaceitável e deve terminar imediatamente”, disse o conselho em um comunicado sem vínculo jurídico.
Depois de uma discussão sobre a piora da situação humanitária na Síria, os 15 países que formam o conselho também condenaram “as violações generalizadas dos direitos humanos pelas autoridades sírias, assim como quaisquer abusos de direitos humanos por grupos armados”. O Conselho de Segurança já falhou em aplicar duras sanções contra o regime de Bashar Assad diante da negativa de Rússia e China, aliados da Síria.
A ONU classificou a guerra civil na Síria de “crise humanitária”, mencionando situações como bombardeios contra pessoas que aguardavam em filas para conseguir pão, crianças torturadas e assassinadas e famílias queimadas dentro de suas próprias casas, além de cidades em ruínas.
Um quarto dos 22 milhões de sírios estão deslocados dentro do país, e 1,3 milhão fugiu para outros países no Oriente Médio e norte da África, segundo a chefe de auxílio da ONU, Valerie Amos, e o alto-comissário para refugiados da ONU, Antonio Guterres.
“A situação na Síria é uma catástrofe humanitária com pessoas comuns pagando o preço do fracasso em acabar com o conflito”, disse Valerie. “Eu não tenho uma resposta para os sírios com quem eu falei que me perguntaram por que o mundo os abandonou”.
Assad – Na quarta-feira, o ditador sírio, Bashar Assad, acusou o Ocidente de apoiar militantes da Al Qaeda na guerra civil e alertou sobre o risco de que o grupo islâmico se volte contra esses aliados de ocasião e realize ataques “no coração da Europa e dos Estados Unidos”.
Assad também fez críticas à vizinha Jordânia “por permitir que milhares de combatentes cruzassem a fronteira para participar de um conflito”, e advertiu que o confronto poderia se estender àquele país.
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