AIEA confirma que Irã segue cumprindo acordo nuclear
Novo relatório da agência nuclear das Nações Unidas demonstra que Teerã já diluiu mais de um terço de seu urânio enriquecido a 20%
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou em um relatório divulgado nesta sexta-feira que o Irã segue cumprindo o estipulado no acordo assinado em novembro do ano passado com seis grandes potências. Segundo o documento da agência nuclear das Nações Unidas (ONU), o Irã manteve a suspensão de parte de suas atividades atômicas em troca da retirada parcial das sanções internacionais.
Concretamente, os iranianos não enriqueceram urânio acima de 5%, assim como não colocaram em funcionamento novas centrífugas para produzir esse material, que serve para combustível nuclear, mas também pode ser utilizado para fabricar bombas. Além disso, o Irã diluiu quase 75 quilos de urânio enriquecido a 20% – mais de um terço do que tinha há dois meses – até níveis inferiores a 5%, confirmou a AIEA. A pureza do urânio enriquecido é fundamental para seu uso posterior. Para fins militares, é necessário atingir um estágio de 90%. No entanto, o processo para se chegar de 5% para 20% é mais complexo do que chegar depois em 90%, dizem os cientistas.
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O organismo confirmou também que, como estava pactuado, o Irã “não avançou mais” nas atividades das usinas de Natanz, Fordo e Arak, as três principais instalações de seu amplo programa nuclear. Além disso, os iranianos apresentaram informação sobre o projeto da usina de água pesada de Arak, enquanto Natanz e Fordo recebem visitas diárias dos inspetores da AIEA. Na central de Arak, futuramente poderia ser produzido plutônio, outro material que serve para fabricar bombas nucleares. Segundo o acordo estipulado, as autoridades iranianas também concederam acesso e informação sobre a mina de urânio de Gchine.
O acordo nuclear preliminar, assinado entre Irã e seis grandes potências (Estados Unidos, Rússia, China, França, Grã-Bretanha e Alemanha), prevê formalizar até julho um acordo final que ponha um fim ao conflito nuclear com o Irã. As partes se reuniram esta semana em Viena para seguir negociando e pactuaram uma nova rodada de conversas para 7 de abril, novamente na capital austríaca.
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A comunidade internacional teme que o Irã deseje sob o amparo de um suposto programa civil produzir armas atômicas. Teerã rejeita as alegações e assegura que só tem intenções pacíficas, como a geração de energia elétrica e aplicações atômicas para a medicina. No entanto, o enorme alcance das atividades nucleares do Irã e sua negativa de ser mais transparente levantaram suspeitas, inclusive dos analistas da AIEA.
(Com agência EFE)