Afeganistão vai às urnas para escolher novo presidente
A população vota neste sábado sob forte esquema de segurança para o segundo turno da eleição que definirá o sucessor do presidente Hamid Karzai
Os afegãos voltam às urnas neste sábado para o segundo turno da eleição que definirá o sucessor do presidente Hamid Karzai. O pleito é considerado como um teste decisivo das ambições do país para transferir o poder democraticamente pela primeira vez em sua história.
Doze milhões de eleitores estavam aptos a votar no país. A segurança foi reforçada e as urnas foram fechadas às 8h30 (de Brasília, 16h no horário local). O resultado preliminar será conhecido em 2 de julho e o final, em 22 de julho. O próximo presidente assumirá o cargo em 2 de agosto.
Em Cabul, um importante dispositivo de segurança ocupava as ruas da capital, como parte de um esquema que envolve 400 mil soldados e policiais em todo o país. O incidente mais grave teria ocorrido em Logar, uma província ao sul de Cabul, onde duas pessoas foram mortas pelo talibã, de acordo com chefe da polícia local, Abdul Wali Tufan.
Leia também:
Candidato presidencial sobrevive a atentado que mata 4 pessoas em Cabul
EUA vão cortar dois terços das tropas no Afeganistão até o fim do ano
A votação colocou o ex-ministro de Relações Exteriores Abdullah Abdullah contra o ex-economista do Banco Mundial e ex-ministro das Finanças Ashraf Ghani, depois que nenhum deles garantiu os 50% necessários para vencer no primeiro turno, realizado em 5 de abril. Abdullah Abdullah conquistou 45% dos votos e Ashraf Gani, 31,6%.
Os dois se comprometeram a firmar um pacto de segurança com os EUA, há muito tempo esperado. Isso permitiria que cerca de 10 mil soldados norte-americanos permaneçam no país por dois anos a mais a fim de realizar operações antiterroristas e seguir treinando e assessorando o exército e a polícia afegã.
Por esse motivo, os candidatos se distanciam do atual presidente, Hamid Karzai, cujas relações com os EUA estão abaladas desde que ele negou em firmar o pacto de segurança com Washington.
Como a maioria das tropas estrangeiras deixam o país até o fim de 2014, quem assume o lugar de Karzai herdará um país conturbado com a insurgência cada vez mais violenta do talibã e uma economia prejudicada pela corrupção e um Estado fraco.
(Com agências Reuters, France Presse e Estadão Conteúdo)