Advogado de Hosni Mubarak nega a morte do ex-ditador
Enquanto circulam informações desencontradas sobre o estado de saúde do ex-governante, milhares protestam contra a junta militar na Praça Tahrir
O advogado de Hosni Mubarak, Farid el Dib, negou nesta quarta-feira a “morte clínica” do ex-presidente do Egito, divulgada ontem pela agência oficial Mena. Segundo Dib, Mubarak sofreu uma trombose cerebral e um ataque cardíaco, mas seu estado de saúde teria melhorado nas últimas horas. “O tratamento teve êxito”, afirmou o advogado. Dib não detalhou se o ex-ditador está consciente ou não.
Entenda o caso
- • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, egípcios iniciaram, em janeiro, sua série de protestos exigindo a saída do então ditador Hosni Mubarak, que renunciou no dia 11 de fevereiro de 2011.
- • Durante as manifestações, mais de 800 rebeldes morreram em choques com as forças de segurança de Mubarak, que foi condenado à prisão perpétua acusado de premeditar e ordenar esses assassinatos.
- • A Junta Militar assumiu o comando do país após a queda do ditador e prometeu entregar o poder ao novo presidente, escolhido em eleição, até o dia 30 de junho.
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Na terça, circularam notícias contraditórias sobre o estado do ex-presidente, que ontem foi levado do hospital da prisão de Tora, onde cumpre a condenação de prisão perpétua, a um centro médico militar no bairro de Maadi, também no Cairo. Primeiro, a agência de notícias estatal egípcia Mena informou que Mubarak estava clinicamente morto. Logo depois, no entanto, o general Mamdouh Shahin, membro do Conselho Supremo das Forças Armadas do Egito, negou a morte do ex-governante. O correspondente da televisão estatal egípcia no hospital militar de Maadi assegurou hoje que Mubarak está vivo, embora sua condição seja grave.
Protestos – Enquanto informações desencontradas sobre o estado de saúde do ex-ditador se espalhavam pelo Egito, dezenas de milhares de manifestantes se reuniram na Praça Tahrir, no Cairo, para protestar contra as medidas tomadas na última semana, que ampliaram o poder da junta militar que comanda o país desde a queda de Mubarak. Convocado pela Irmandade Muçulmana, o ato reuniu diversos grupos que participaram do movimento que derrubou Mubarak, em fevereiro do ano passado.
Muitos do manifestantes carregavam retratos de Mohammed Mursi, candidato apoiado pela Irmandade e que disputa a Presidência com o ex-premiê Ahmed Shafiq, antigo aliado de Mubarak. Após a realização do segunto turno, as eleições atravessam um impasse, com ambos os candidatos declarando vitória por margens pequenas. A Comissão Eleitoral deve anunciar o resultado oficial da apuração na quinta-feira.
(Com agências EFE e Estado)