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Ação no Mali é guerra real, diz ministro da Defesa francês

Apesar dos avanços das tropas nos centros populacionais da cidade de Gao, Jean-Yves Le Drian afirma que os confrontos continuam em áreas afastadas

Por Da Redação
6 fev 2013, 11h36

As forças francesas estão envolvidas em uma “verdadeira guerra” com terroristas armados no norte do Mali, nas proximidades da cidade de Gao, afirmou nesta quarta-feira o ministro da Defesa da França, Jean-Yves Le Drian, em entrevista à rádio francesa Europe 1. Em janeiro, foi divulgado que os grupos islâmicos foram varridos de Gao, mas Le Drian afirmou que os confrontos ainda continuam em áreas mais afastadas dos centros populacionais. Segundo o ministro, na terça-feira, os rebeldes dispararam foguetes contra as tropas francesas na região. “Foram registradas perdas significativas entre os jihadistas”, disse Le Drian, acrescentando que há feridos entre os franceses. Ao longo de toda a operação, centenas de rebeldes teriam morrido.

Entenda o caso

  1. • No início de 2012, militantes treinados na Líbia impulsionam uma grande revolta dos tuaregues no norte do Mali. Em março, o governo sofre um golpe de estado.
  2. • Grupos salafistas, com apoio da Al Qaeda, aproveitam o vácuo de poder para tomar o norte do país – onde impõem um sistema baseado nas leis islâmicas da ‘sharia’.
  3. • Em janeiro de 2013, rebeldes armados, com ideais bastante heterogêneos, iniciam uma ofensiva em direção ao sul do Mali, e o presidente interino, Dioncounda Traoré, pede socorro à França.
  4. • Com o aval das Nações Unidas, François Hollande envia tropas francesas e dá início a operações aéreas contra os salafistas, numa declarada guerra contra o terrorismo.

As forças da França iniciaram a operação no país há quase um mês, para combater terroristas ligados à Al Qaeda que controlavam partes do norte do Mali desde o ano passado e impedir o uso de regiões desérticas como base para lançar ataques contra países africanos vizinhos e o Ocidente. “Hoje, 4.000 soldados franceses atuam no Mali, aos quais se somam 4.000 africanos”, informou Le Drian, garantindo que o número não vai aumentar. Paris informou na véspera que deve começar a retirar as suas tropas em março, embora deva continuar agindo no norte, onde “alguns paraísos terroristas permanecem”, a fim de impedir esses militantes remanescentes escondidos nas montanhas de fugir para Argélia, Níger e Líbia.

Saiba mais: A dimensão do perigo jihadista na África

Nova fase – A partir de março, o conflito malinês entrará em uma nova fase, quando uma força africana autorizada pela ONU começará a assumir as operações gradualmente. De acordo com uma análise publicada pela agência Stratfor, os franceses devem retomar seus planos iniciais de ajuda ao Mali, antes da sua intervenção no país: abrir caminho para as forças africanas e focar seus esforços no restabelecimento da democracia no Mali. O país sofreu um golpe de estado em 2012, devido à incapacidade dos governantes de repelir a ofensiva tuaregue no norte do país. Agora, o estado está sob forte pressão para organizar novas eleições, consideradas cruciais para a estabilidade regional por países ocidentais e vizinhos.

Para a Stratfor, os tuaregues do Movimento Nacional de Libertação de Azawad (MNLA) podem desempenhar um papel importante para restabelecer um diálogo entre Bamako e outras facções tuaregues. No ano passado, a rebelião dos tuaregues, que reivindicam sua autonomia, foi apoderada pelos islamistas, melhor armados e financiados. A agência também destaca que o apoio militar ocidental será fundamental para garantir uma solução de longo prazo para os desafios de segurança no norte do Mali. “Essa solução será, em parte, assegurada através do diálogo com as facções tuaregues, mas um aparato de segurança eficiente será necessário para o estado evitar uma crise futura”, diz a Stratfor.

Leia também: Mali planeja eleições até o fim de julho em meio a confrontos

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