Em agosto do 2004, o clérigo Abu Hamza al Masri foi preso na Grã-Bretanha sob a acusação de terrorismo. Agora, após um longo processo judicial, o governo dos Estados Unidos conseguiu sua extradição. Ele é acusado no país por 11 crimes relacionados ao sequestro de 16 turistas no Iêmen, em 1998; por apoiar a “guerra santa” no Afeganistão, em 2001; e por conspirar para criar um campo de treinamento de jihadistas no estado de Oregon, entre junho de 2000 e dezembro de 2001.
Com longa trajetória como islamita radical na Grã-Bretanha, o egípcio Hamza é conhecido por declarações de ódio ao ocidente. Em 2001, por exemplo, ele classificou o atentado contra as torres gêmeas como “um dia elevado na história da humanidade” e chegou a descrever o ex-chefe do Al Qaeda, Osama bin Laden, como “um bom rapaz, um herói”. O radical afirmou também que o Reino Unido era como o “interior de uma privada”.
Reportagem desta terça-feira da CNN lembra que nem sempre sua visão sobre o país foi essa. Ao se estabelecer no país, como estudante de engenharia, em 1979, o rapaz, nascido em 1958 com o nome de Mustafa Kamel, teria descrito o lugar como “um paraíso onde as pessoas podem fazer tudo o que querem”.
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Neste período, Hamza trabalhou como segurança em uma boate de strip-tease no bairro londrino do Soho. Depois, lutou junto aos muçulmanos na guerra da Bósnia e combateu a ocupação soviética no Afeganistão – ocasião em que ele alega ter perdido um olho e uma das mãos.
O clérigo começou a chamar a atenção da imprensa em 1997, quando assumiu como imã de uma mesquita no norte de Londres, em razão de suas pregações. Em 2003, ele perdeu a função, mas continuou a coordenar as preces de sexta-feira nas imediações do templo. Até ser preso.