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Romário ataca reforma do Maracanã: “Só falta trocar o nome”

Como deputado federal, o ex-craque da Seleção Brasileira fez visita de vistoria ao estádio, e condenou o alto custo da obra, além da descaracterização do local

Por Rafael Lemos
10 out 2011, 18h43

“É uma pena ver o Maracanã nesse estado. Realmente, não vai ser mais o Maracanã que todos nós conhecemos desde 1950. O Maracanã hoje está totalmente desfigurado, é um outro estádio.”

De terno e gravata no lugar da amarelinha, o ex-craque e deputado federal Romário (PSB-RJ) mostrou que continua habilidoso e desabrido como nos tempos do futebol. Em visita ao Maracanã como vice-presidente da Comissão de Turismo e Desporto da Câmara, Romário partiu para o ataque. Após assistir a uma apresentação da secretaria estadual de Esporte e Lazer, o Baixinho condenou os custos das obras, cujo orçamento chegou a beirar a marca de 1 bilhão de reais. “É um gasto totalmente desncessário. E eu posso falar isso porque vivi ali dentro. O Maracanã está descaracterizado. Quem sabe vão até trocar o nome do estádio?”, ironizou o ídolo do tetracampeonato.

A secretária estadual de Esporte e Lazer, Márcia Lins, ainda tentou argumentar. “É um investimento alto? É. É caro? É. Mas não é dinheiro jogado no lixo”, afirmou Márcia, que ainda revelou que o custo da obra já foi reduzido, após ajustes, de 931 milhões de reais para 860 milhões de reais. “Estamos com um pedido de desoneração fiscal que, se aprovado, pode diminuir esse valor ainda mais.” Mas Romário não se convenceu. Ao olhar, de cima, o andamento das obras no estádio, resmungou, incrédulo: “É muito triste isso. Me deu até uma coisa do peito de ver essa cena”.

Acompanhado por parlamentares da Câmara dos Deputados, Senado federal e Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), e do ex-atacante Bebeto, que é deputado estadual pelo PDT, Romário soltou o verbo para reclamar da ausência do governador Sérgio Cabral na vistoria. “Nós tivemos oportunidade de estar em 11 cidades-sede. E o único governador que não apareceu foi o nosso governador. Esse é um fato triste, lamentável. Com certeza, ele vai vai dizer que tinha outra agenda. Mas ele já era sabedor dessa visita há algum tempo. Esse é o governador do Rio de Janeiro. Cada um faz aquilo que bem entende”, afirmou.

O apego de Romário ao Maracanã é compreensível. Foi lá que, em 1993, o Baixinho fez o jogo mais importante de sua carreira. Com uma atuação inspirada, ele marcou os dois gols da vitória do Brasil sobre o Uruguai nas eliminatórias e garantiu a classificação do Brasil para a Copa do Mundo dos Estados Unidos.

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“É uma pena ver o Maracanã nesse estado. Realmente, não vai ser mais o Maracanã que todos nós conhecemos desde 1950. O Maracanã hoje está totalmente desfigurado, é um outro estádio. E o valor que está sendo colocado aqui na obra, apesar de deixá-lo como um dos estádios mais modernos do mundo, eu sou contra. Um pedaço desse dinheiro poderia ser usados nos hospitais e escolas públicos e entidades como Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), Pestalozzi e Benjamin Constant. Mas, infelizmente, a política estadual entende que o valor de quase 1 bilhão é necessário para um evento que vai durar um mês”, disse na saída do estádio.

Mais cedo, Romário participou de um debate na Alerj com a Comissão Especial de Acompanhamento dos Megaeventos. A agenda também previa uma visita ao Aeroporto Internacional do Tom Jobim (Galeão), que teve que ser adiada devido ao atraso. “Não perdemos nada com o cancelamento dessa visita ao aeroporto. A gente já tem uma ideia do que ia encontrar lá. Na ficção, no computador, tudo é bonito. Tudo funciona. Mas sabemos que, na hora, eles vão fazer uma maquiagem e pronto. Basta pegar um fim de semana prolongado para ver que nenhum aeroporto do Brasil aguenta”, atacou.

VEJA TAMBÉM: Galeria de fotos da reforma do Maracanã

Em vídeo: O gigante fecha para obras

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