Lionel Messi, um craque ‘estrangeiro’ em seu próprio país
Há mais de dez anos no Barcelona, atacante não tem idolatria dos argentinos
No começo de sua carreira, quem não conhecia sua história questionava por que o jovem talento ainda não estava na seleção espanhola
É comum ver jogadores acima da média fazendo as malas e trocando a América do Sul pelos grandes clubes europeus. No caso do argentino Lionel Messi, porém, essa mudança ocorreu cedo demais. Eleito duas vezes consecutivas o melhor jogador do mundo, o craque deixou os campos da Argentina quando tinha apenas 13 anos, rumo ao Barcelona, da Espanha. Resultado: o atacante é visto quase como um estrangeiro por muitos argentinos. E o jogador tem mais identificação com os catalães do que com seus compatriotas – que terão uma rara chance de vê-lo de perto a partir desta sexta-feira, com o início da Copa América, disputada na própria Argentina.
Messi chegou a jogar nas categorias de base de alguns times argentinos, mas aos 11 anos teve detectada uma doença hormonal que retardava seu crescimento ósseo. A família procurou alguns clubes do país para custear o caro tratamento, mas nenhum aceitou. O pai de Messi resolveu procurar os times na Europa. Um dirigente do Barcelona viu o garoto jogar durante apenas alguns minutos e fechou o contrato na hora – em um guardanapo de papel. Messi se formou como atleta e como pessoa nas categorias de base do time espanhol. No começo de sua carreira, quem não conhecia sua história questionava por que o jovem talento ainda não estava na seleção espanhola. A seleção é outra questão que o deixa mais próximo dos espanhóis. Não que ele pense em jogar pela Espanha, até porque nem pode – já defendeu a de seu país natal. A grande questão é que Messi não consegue repetir na seleção argentina o mesmo futebol que exibe no Barcelona. Sua principal característica, o drible rápido aliado à sua velocidade, com a bola quase colada ao pé, não tem a mesma eficácia quando joga pelo seu país. Em 2010, era o principal nome da Argentina na Copa da África do Sul, mas não rendeu o esperado. E continuou com excelentes atuações no Barcelona – foi destaque da campanha que terminou com o título da Liga dos Campeões, em 2011.